Maços de dinheiro, joias, carros de luxo, lanchas (no plural mesmo), imóveis de luxo e obras de arte foram alguns dos bens encontrados pela Polícia Federal (PF), durante a Operação Background deflagrada nesta quarta-feira (5) contra o grupo pernambucano João Santos. Na casa localizada na paradisíaca Ilha de Itapessoca, onde o conglomerado também mantém negócios, impressionou a quantidade de dinheiro em espécie guardado na residência.
Segundo a PF, formam recolhidos bens como relógios, bolsas, dinheiro em espécie (o valor ainda está sendo contado), 17 embarcações, 27 esculturas em uma residência, 29 quadros, porcelana portuguesa, obras de arte dos artistas José Bernardino, Reinaldo Fonsêca, João Câmara, Lula Cardoso Ayres.
O Grupo João Santos é suspeito de praticar crimes tributários, financeiros e lavagem de dinheiro. Os investigadores estimam que o esquema tenha causado prejuízo de R$ 8,64 bilhões aos cofres públicos e aos trabalhadores que atuaram nas empresas do conglomerado.
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Operação Background
A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quarta-feira (5) uma operação contra o Grupo João Santos por suspeitas da prática de crimes tributários, financeiros, de fraude à execução e contra a organização do trabalho, de organização criminosa e de lavagem de dinheiro. Os investigadores estimam que o esquema tenha causado um prejuízo aos cofres públicos e aos trabalhadores de mais de R$ 8,64 bilhões.
Batizada de 'Background', a ação conta com a atuação de aproximadamente 240 policiais federais e com o apoio da Receita Federal do Brasil e da Procuradoria Regional da Fazenda Nacional – 5ª Região.
Defesa do grupo investigado
"Com relação aos fatos investigados na denominada “Operação Background”, as empresas que foram acusadas e seus diretores guardam absoluto respeito as decisões judiciais e aos órgãos envolvidos na apuração (Receita Federal, PGFN, Ministério Público e Polícia Federal).
As práticas que foram declaradas se assemelham a um “dossiê” que é do conhecimento público, porque objeto inclusive de matéria no jornal Valor, edição de 14/09/2018, onde ficaram refutadas as acusações.
Em nenhum momento as empresas foram chamadas para prestar qualquer esclarecimento sobre o que a reportagem chama de “investigações em andamento”.
Surpreendidos pela “operação”, cabe aos acusados se colocar à disposição para prestar todos os esclarecimentos e, tomando ciência oficialmente das acusações, exercer sua defesa de forma ampla, irrestrita, como garante a Constituição Federal.
Finalmente, é de se lamentar que empresas tão importantes para o cenário econômico e social, já abaladas pela crise que afeta seus setores produtivos, sofram investida danosa pela divulgação na mídia de acusações sem ao menos ter sido oportunizado de forma prévia, o sagrado direito de defesa."