"Todo esse barulho sobre instituições e democracia pode afetar nossa bem posicionada economia", diz Paulo Guedes a investidores estrangeiros
A fala do ministro da economia sobre a crise institucional foi dita em uma reunião como banco Credit Suisse
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirma que o “barulho” sobre as instituições e a democracia, endossadas pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), estariam atrapalhando a economia do Brasil. O posicionamento de Guedes ocorreu em conversa com o banco Credit Suisse, transmitida pela internet para pessoas cadastradas, nesta sexta-feira (10).
“Todo esse barulho sobre instituições e democracia pode afetar nossa bem posicionada economia, no sentido de que estamos prontos para avançar novamente? Minha resposta é que isso pode produzir muito barulho, desacelerar o crescimento. Mas não mudar a direção [da política econômica], estamos na direção correta”, declarou o ministro. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
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Ontem, após a divulgação da “Declaração à Nação”, Paulo Guedes afirmou acreditar que os ânimos serão normalizados. O Ministério da Economia tem tentado articular com o Supremo Tribunal Federal (STF) a flexibilização do pagamento de R$ 89,1 bilhões em precatórios previstos para 2022. Segundo informações da Folha de S. Paulo, as declarações do presidente da República contra o STF minaram o clima de discussão da proposta.
“Quando o meteoro veio, nós precisávamos de um tratamento especial. Eu pedi imediatamente ajuda ao STF”, disse Guedes nesta sexta. “Eles estavam nos ajudando, quando esse barulho veio e agora estamos de volta ao mesmo lugar de antes”, afirmou o ministro. Ainda segundo informações da Folha de S. Paulo, o ministro deverá se reunir com o Congresso Nacional e o Supremo na próxima segunda-feira (13), para tentar encontrar uma solução a respeito dos precatórios.
Aos investidores estrangeiros, o ministro colocou em questão a abertura comercial, como tentativa de facilitar a entrada de produtos estrangeiros, o que poderia auxiliar a controlar a escala nos preços. “A sombra da escala de inflação está sobre nós neste momento. Acho que estamos no pior momento da inflação. Acho que vai começar a desacelerar gradualmente e encerrar o ano em volta de 8%. Entre 7,5% e 8%”, declarou.