PPI está por trás da nova greve dos caminhoneiros. Entenda o que é
País já contabiliza cinco meses seguidos de altas na gasolina e no diesel, segundo o observatório social da Petrobras
Líder da greve dos caminhoneiros em 2018, o presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, popularmente conhecido como "Chorão" gravou um vídeo um apelo aos caminhoneiros para aderirem ao movimento paredista nesta segunda-feira (1º). A principal queixa do caminhoneiro diz respeito ao PPI, política de preços adotada pela Petrobras desde 2016, que mantém a paridade com os custos internacionais.
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Mas afinal, o que é o PPI? o Preço de Paridade de Importação (PPI) está baseado nos custos de importação, que incluem transporte e taxas portuárias como principais referências para o cálculo dos combustíveis. A variação do dólar e do barril de petróleo têm influência direta no cálculo dos combustíveis e por isso a Petrobras tem reajustado tanto os preços. O real segue em franca desvalorização e o preço do barril do petróleo vinha registrando alta.
A política de Paridade de Importação (PPI) tem unido no mesmo discurso os caminhoneiros e governadores dos estados. Ao anunciar na última sexta-feira (29) o congelamento do ICMS, o secretário da Fazenda de Pernambuco, Décio Padilha, deixou claro que o objetivo é chegar num acordo com a Petrobras para rever a política de preços. Atualmente, a petroleira importa 38% do combustível, o que mantém mais de 60% sendo produção nacional, mas o PPI é aplicado em 100% da produção.
De acordo com o Observatório Social da Petrobras, os preços cobrados pelos derivados de petróleo no País não param de subir, chegando em 2021 a valores "deslocados totalmente da realidade dos brasileiros". Ao todo, são 16 meses seguidos com aumento no preço médio nacional do GLP, 11 meses consecutivos de crescimento do GNV e cinco meses seguidos de alta na gasolina e no diesel.
A título de comparação, a média de preço em valores de julho de 2021 para o GLP em toda a série histórica (julho de 2001 a setembro de 2021) é de R$ 72,43. Ou seja, atualmente, o preço desse combustível é 36% superior à média. A gasolina comum está 20% acima do preço médio, o diesel S-10, 18%; o GNV, 37% e o etanol, 42% mais caro, segundo o observatório.
VAI TER GREVE?
Sob a ameaça da deflagração de greve dos caminhoneiros nesta segunda-feira (1º), o governo federal, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU) já obteve 29 interditos proibitórios na Justiça. As decisões garantem o impedimento de ações iminentes que ameaçam a posse de alguém, nesse caso rodovias e vias de acesso que cortam o País. Segundo o Ministério de Infraestrutura, há "garantia do pleno funcionamento logístico" até a noite deste domingo (31).
Até o momento, estão contemplados os estados de Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Paraná, Pará, Bahia, Mato Grosso, Rio Grande do Norte, Alagoas, Paraíba, Maranhão, Tocantins, Goiás, Amazonas, Piauí e Rondônia.
Ainda segundo a pasta, as forças de segurança estão a postos para manter a ordem e a fluidez em todo o País. O monitoramento da situação a tempo real será coordenado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio do CICCN - Centro Integrado de Comando e Controle Nacional.