Mercado de Trabalho

Retomada das obras da Refinaria Abreu e Lima vai gerar 10 mil empregos e provocar novo boom em Suape

Velhos tempos vão voltar no Complexo de Suape, com a conclusão das obras da unidade de refino da Petrobras e a abertura de muitas vagas de emprego

Adriana Guarda
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Adriana Guarda
Publicado em 25/11/2021 às 17:14 | Atualizado em 26/11/2021 às 19:08
HEUDES REGES/ACERVO JC IMAGEM
PERNAMBUCO Mais moderna do País, Refinaria Abreu e Lima já opera há sete anos e foi a mais cara do mundo - FOTO: HEUDES REGES/ACERVO JC IMAGEM
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Sabe aquele cenário de fardas penduradas nos varais das casas, que tornou-se comum na época da construção da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Suape? Ele vai voltar. A Petrobras divulgou no seu Plano Estratégico 2022-2026 que vai investir US$ 1 bilhão (mais de R$ 5 bilhões) para concluir a obra. Isso significa que serão gerados 10 mil empregos no complexo. Os trabalhadores da construção pesada, que estavam com currículos guardados nas gavetas desde 2014, quando as obras da Rnest foram desmobilizadas, podem atualizar seus dados para disputar as vagas. 

Nesta quinta-feira (25), durante coletiva de imprensa virtual para apresentação do Plano Estratégico, os diretores da Petrobras esclareceram que o interesse não é deixar de vender a operação, mas concluí-la para aumentar o valor do ativo e ampliar as chances de venda. A expectativa da criação de 10 mil empregos nos próximos anos chega em um momento importante para a economia de Pernambuco, que enfrenta o caos no mercado de trabalho.

O Estado tem ocupado o topo de um ranking negativo, aparecendo com a maior taxa de desemprego do Brasil, no 2º trimestre da Pnad Contínua divulgada pelo IBGE. Enquanto a taxa nacional ficou em 14,1%, a pernambucana extrapolou os 20%, alcançando assustadores 21,6%.    

Guardadas as proporções (porque na época da construção da refinaria o número de trabalhadores chegou a 40 mil), os 10 mil empregos significam um novo boom em Suape. Mas também voltam a chamar atenção sobre os problemas que aconteceram no passado, como falta de infraestrutura das cidades para enfrentar o aumento das demandas sociais, necessidade de contratação de mão de obra de fora do Estado e problemas na Justiça do Trabalho com as empresas contratadas pela Petrobras. 

LICITAÇÃO EM ANDAMENTO 

Durante a coletiva, o diretor de Refino e Gás Natural da Petrobras, Rodrigo Costa, explicou que o investimento de US$ 1 bilhão tem um potencial de geração de emprego de 10 mil vagas. Questionado pelo JC sobre a contratação das empresas que serão responsáveis pela conclusão do primeiro trem da Rnest, ele não divulgou nomes, mas disse que o processo está em fase final de licitação. Depois disso vai começar a contratar pessoal e iniciar as obras em Suape. 

A conclusão da Refinaria vai permitir aumentar sua capacidade de processamentos dos atuais 115 mil barris para 230 mil barris por dia. Além da unidade de abatimento de emissões (Snox), que integra o primeiro trem, a Abreu e Lima ainda tem várias unidades a ser construídas, como a destilação atmosférica, o coqueamento retardado e outras.  

Envolvida na operação Lava Jato, a Rnest foi considerada a refinaria mais cara do mundo, graças ao alto valor de propina pago na época da construção. Segundo a Petrobras, o investimento na obra, que sequer foi concluída, chegou a US$ 18,5 bilhões. O diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Petrobras, Rodrigo Araújo, reforça que não há uma intenção de desistência da companhia de vender a unidade. "Existia um risco de que a não completação da obra influenciasse para que a Rnest não fosse vendida. Por isso, vamos concluir a refinaria para aumentar o valor do ativo e fazer uma venda mais bem sucedida. Vamos conversar com o Cade para ajustar o cronograma de venda e solicitar que as tratativas de abertura da venda não comecem apenas quando a obra terminar, mas ao longo da construção", adianta. 

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