O Complexo Industrial Portuário de Suape, que durante anos foi o principal motor de empregos de Pernambuco, voltará a dinamizar o mercado de trabalho no Estado. O anúncio de empreendimentos, com instalação prevista para médio e longo prazos, prevêem a abertura de pelo menos 27 mil postos de trabalho. É um número revelante, num momento em que o Estado amarga o maior desemprego do Brasil, segundo a Pnad Contínua do IBGE, com taxa de 19,3% em novembro. Com os novos investimentos, Suape inaugura um novo ciclo de geração de empregos.
Durante um período de sete anos, entre 2007 e 2014, Pernambuco chegou a ser apontado como um Estado em situação de quase pleno emprego (quando a taxa de desemprego fica entre 3% e 6%). Foi a época da instalação dos grandes empreendimentos, como os estaleiros, a refinaria, o polo de equipamentos para a indústria eólica e tantos outros. Pelas contas do governo do Estado, Suape chegou a concentrar 65 mil trabalhadores. Desse total, 42 mil estavam empregados no pico da obra da Refinaria Abreu e Lima e outros 11 mil no Estaleiro Atlântico Sul (EAS).
O diretor-presidente do Porto de Suape, Roberto Gusmão, participou nesta quinta-feira (30) do debate da Super Manhã na Rádio Jornal e comentou a importância do complexo no desenvolvimento de Pernambuco, do Nordeste e do Brasil e sua consequente relevância na criação de postos de trabalho. "Só as captações de investimentos que fizemos em 2021 serão responsáveis pela geração de 17 mil empregos, sem contar com a retomada das obras da Petrobras (que a companhia estimou em 10 mil vagas), embora a fase seja mais de montagem do que de construção", afirma.
O executivo destaca uma série de empreendimentos que foram, paulatinamente, responsáveis pela geração de empregos e outros novos que vão abrir acima de mil vagas. "Um movimento importante foi o revocacionamento dos estaleiros Atlântico Sul e Promar, que foram ampliando as contratações. No caso do EAS são 600 pessoas trabalhando na reparação de navios e outros 300 atuando na recuperação de fragatas no Promar. Já a Blau Farmacêutica, que vem reforçar o polo de fármacos de Suape junto com a Aché, vai abrir mil vagas e a ampliação do parque de tancagem de gás de cozinha outros 1,4 mil empregos. Com isso, Suape terá um novo ciclo de geração de empregos em Pernambuco", observa Gusmão.
Além dessas obras diretas em Suape, outras intervenções paralelas também vão abrir mais postos de trabalho. Uma delas é a tentativa de ligar o Porto à BR-232, por meio de um braço de 22 quilômetros. Outra novidade é a tentativa de concessão do Parque Armando Holanda, que será um atrativo cultural para o turista que visita as praias do litoral sul, ao invés de ficar apenas na rota do sol e mar.
INVESTIMENTO AZUL E BRANCO
A despeito de um ano ainda marcado pela pandemia da covid-19, a diretoria de Suape comemora o resultado positivo de 2021. Além do crescimento de 11% na movimentação de cargas conteinerizadas em relação ao ano anterior, os investimentos em obras de infraestrutura vêm crescendo com base em recursos próprios. Em 2021 foram aplicados R$ 68 milhões e para 2022 a empresa Suape já dispõe de R$ 86 mihões em caixa. As obras são necessárias para tornar o porto competitivo em âmbito nacional e conquistar a posição de hub que o complexo persegue.
2021: Receita Federal estima aumento de 47% em importação de cargas no Porto de Suape
O incremento equivale à movimentação de US$ 8,19 bilhões e também é maior em 15% ao contabilizado em 2019
Estimativa realizada pela Superintendência Regional da Receita Federal na 4ª Região Fiscal, que compreende os Estados de Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte, aponta que o Porto de Suape, situado em Ipojuca, no Grande Recife, registrará um crescimento de 47% no montante importado de mercadorias em 2021, na comparação com o registrado em 2020. O incremento equivale à movimentação de US$ 8,19 bilhões e também é maior em 15% ao contabilizado em 2019, ano em que a economia ainda não tinha sido afetada pela pandemia de covid-19.
Os dados são parciais e só serão apresentados formalmente na segunda quinzena de janeiro do próximo ano. Para chegar a esses números, a receita Federal levou em consideração a média diária deste mês de dezembro, que, até o dia 18, já registrava crescimento de 40% no acumulado do ano em relação a 2020. No ano anterior, o movimento de cargas oriundas de outros países caiu 22% na comparação com 2019. "Até 18 de dezembro, o acumulado de 2021 chegou a US$ 7,79 bilhões", diz o Porto de Suape.
Nos meses de agosto e outubro, o atracadouro bateu recordes de importações, com US$ 901 milhões e US$ 763 milhões, respectivamente. Conforme as informações repassadas pela Receita para Suape, os números "trazem um forte impacto na arrecadação federal em decorrência das importações realizadas por Pernambuco (além do Porto de Suape, há acréscimos financeiros pelo Porto do Recife, aeroportos da capital pernambucana e de Petrolina)".
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"Os números apontados pela Receita Federal reforçam a posição estratégica do Porto de Suape no Nordeste e no país. O atracadouro pernambucano tem uma localização privilegiada, com um mercado consumidor de 57,3 milhões de pessoas num raio de 800 quilômetros, incluindo 7 capitais de Estado, sendo bastante atrativo para o mercado internacional. A logística de Suape é outro grande diferencial, além da proximidade com outros grandes portos do mundo", detalhou o diretor-presidente da estatal portuária, Roberto Gusmão.
O diretor de Gestão Portuária de Suape, Paulo Coimbra, por sua vez, ressalta que o acréscimo apontado pela Receita está ligado ao aumento da movimentação de contêineres no porto. "Esse incremento nos valores da exportação tem sido acompanhado e está atrelado ao crescimento da movimentação de contêineres em Suape. De janeiro a novembro deste ano, por exemplo, já movimentamos 479.101 TEUs (unidade de medida de um contêiner de 20 pés), o que representa acréscimo de 10,2% em relação aos números de 2020. Este cenário, sem dúvidas, favoreceu a melhoria da arrecadação e abre boas perspectivas para 2022", disse.
Nessas importações se destacam as indústrias automotivas e de petróleo e gás, sendo os três principais produtos importados: 1º, combustíveis (42% das importações); 2º, veículos e partes/peças de veículos (14% das importações); 3º, máquinas e aparelhos elétricos (6,7% das importações). Já em relação à origem dos produtos, os países que mais exportaram para Pernambuco foram: Estados Unidos (35%), Arábia Saudita (9,3%) e Itália (8,6%).
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