Os clientes recifenses da Oi móvel poderão ter de arcar com um custo cinco vezes maior do que o atual, caso a venda de parte da operadora às demais (Tim, Claro e Vivo) seja aprovada pelo Cade. De acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), comparando 16 planos oferecidos pelas operadoras, a Oi atualmente oferece os serviços pelos menores preços.
Os dados foram coletados entre outubro de novembro de 2021 nos sites das operadoras e agrupados de acordo com os planos (pré-pago, pós-pago e controle) e a proximidade de valor e/ou quantidade de dados, com base em preços oferecidos em São Paulo (SP) e no Recife, onde a Oi tem maior market share.
Em Pernambuco, a Oi domina 33% do mercado móvel e uma migração faria com que toda essa parcela do mercado móvel local pagasse mais caro pelos planos pré, controle e pós-pago.
"Quanto menos concorrência, maiores os preços. Os direitos dos consumidores serão garantidos na transição? Os consumidores terão escolha? Seus planos serão garantidos no mesmo valor? Todas essas questões são ainda mais preocupantes no contexto em que se atesta que os preços da Oi Móvel são até cinco vezes menores do que os das demais operadoras", questiona o coordenador do programa de Telecomunicações de Direitos Digitais do Idec, Diogo Moyses Rodrigues.
Na capital pernambucana, no plano pré-pago, o cliente da Oi paga atualmente R$ 14 por 15 GB, ou seja, R$ 0,93/GB. Nas demais operadoras, o preço de 4 GB chega a R$ 19,99, elevando a quantia paga por GB para R$ 4,99.
Na Claro, o consumidor paga atualmente R$19,99 por 6 GB, o equivalente a R$3,33/GB. Já na Tim, 8 GB saem por R$ 15, ou seja, R$ 1,89/GB.
Nos planos pós e controle, no Recife, a operadora Oi oferta ao usuário planos de 50 GB por R$49,99 e de 40 GB por R$54,99. A Vivo oferece 53 GB por R$ 139,99 e 43 GB por R$119,99. A Claro oferta 60 GB por R$ 119,99 e 30 GB por R$64,99. Por fim, a Tim oferta 50 GB por R$ 124,99 e 45 GB por R$ 109,99.
O levantamento do Idec fez com que o Comitê de Defesa dos Usuários de Serviços de Telecomunicações (CDUST/Anatel) encaminhar-se manifestação ao Conselho Diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) sobre eventuais riscos de aumento substancial de preços de planos e pacotes para os atuais clientes da Oi Móvel. O Conselho, no entanto, não emitiu ainda nenhum posicionamento ou previsão.
O processo de venda da fatia móvel da Oi segue no Cade, contando com um adiamento e nova previsão de conclusão para o mês de fevereiro. E as operadoras ainda não definiram como será feita a migração dos clientes e se haverá manutenção dos preços atualmente pagos, caso seja concluída a venda.
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