COVID-19

Setor de eventos protesta contra os novos protocolos sanitários em Pernambuco

Nesta quinta-feira (13), promotores, músicos, técnicos e outros artistas promoveram uma mobilização no Centro do Recife para dialogar com a gestão estadual

Bruno Vinicius
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Bruno Vinicius
Publicado em 13/01/2022 às 17:06
TV JORNAL
COBRANÇA Movimento "Eu Vivo de Eventos PE" pede que as autoridades estaduais escutem as propostas do setor para definir como os eventos podem ser realizados com segurança - FOTO: TV JORNAL
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Desde que houve a divulgação de novos protocolos para o setor, as produtoras de evento contestam a decisão do Governo do Estado. Elas alegam que a limitação de público em 3 mil pessoas, a exigência de testes e comprovação de vacina contra a covid-19 foram propostas sem o diálogo com a área. Nesta quinta-feira (13), promotores, músicos, técnicos e outros artistas promoveram uma mobilização no Centro do Recife para dialogar com a gestão estadual acerca das regras sanitárias vigentes até o dia 31 de janeiro.

O movimento "Eu Vivo de Eventos PE" se concentrou no Marco Zero, às 9h, e seguiu para o Palácio do Campo das Princesas, em proposta de diálogo para diminuir as restrições. Por enquanto, só há realização de eventos com capacidade máxima de 3 mil pessoas em Pernambuco, limitando o acesso de pessoas com comprovação de duas doses de vacina contra covid-19 e testagem negativa para a doença. A regra vale para qualquer organização acima de 300 pessoas.

Apesar dos protocolos não proibirem tais eventos até o dia 31 de janeiro, alguns dos cartazes pediam para a gestão estadual permitisse que as "pessoas trabalhassem. "Nós estamos pedindo, apenas, o direito de trabalhar. O nosso segmento foi o primeiro a parar, todo mundo sabe disso, e fomos o último a voltar. Nosso segmento continua sendo o mais sofrido. Voltamos a trabalhar em outubro, com suas restrições, mas atendendo todos os protocolos. Os casos não aumentaram com a abertura dos eventos, muito pelo contrário, só diminui. Eu não falo nem só dos empresários, mas de toda uma cadeia produtiva que depende do segmento para sobreviver", afirmou o empresário Kenyio Lapenda.

A cantora Nena Queiroga também esteve no protesto e reivindicou formas de realizar os eventos sem prejudicar a classe artística. Ela se demonstrou confiante que as regras possam ser flexibilizadas após o dia 31 de janeiro, período que marca o início das festas carnavalescas em Pernambuco - que não serão realizadas de forma pública no Recife e em Olinda.

"A gente tem que pensar junto. A gente sempre fala que Recife é uma ilha, cercada de pontes, e cada ponte vamos fazer uma barreira sanitária. Podemos fazer uma festa em cada comunidade, a gente é artista suficiente para isso. A gente tem produtoras capazes de fazer segurança", disse a artista, que ainda não tem uma resposta do Governo do Estado.

"Eu acho que o momento é conversar. Só chega para nós o que já foi estabelecido. Nós temos as nossas sugestões, as pessoas das agremiações têm as comunidades, por que não fazer ali com as barreiras sanitárias, com cartão de vacinas e testes? Na verdade, a gente quer pensar junto, chegar junto numa definição. Não pode ficar sem saber o que está acontecendo esperando, como foi agora em janeiro que todo mundo estava esperando", afirma cantora.

Nesta semana, após as novas normas serem divulgadas, o secretário de Saúde, André Longo, afirmou que não recomendaria o público frequentar festas no momento. Pernambuco passa por um momento delicado com as duas epidemias circulando, com crescentes casos de covid-19 e gripe H3N2. "Se você quer ir para uma balada, eu não recomendo; nós não recomendamos. Mas, se pessoa quer, está vacinada com as três doses, faz o teste e dá negativo, a gente não pode impedir. Mas a pessoa tem que ir para o ambiente o mais protegida possível neste momento", disse Longo em coletiva.

O diretor regional da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape), Waldner Bernardo, chegou a afirmar que a categoria é a única a seguir todos os protocolos. "A categoria do entretenimento segue à risca todos os protocolos. Por que essa categoria não tem direito a trabalhar? Nós vemos outras áreas correlacionadas sem essa mesma condição", disse Waldner, que tem reunido várias frentes da categoria na movimentação.

Setor cancela eventos

Com a diminuição de público no atual protocolo, o setor de eventos chegou a desmarcar alguns shows de prévias do Carnaval, como foi com o Olinda Beer. A festa é conhecida, anualmente, por ser um dos maiores eventos prévios carnavalescos. Mesmo as regras valendo até o dia 31 de janeiro, a organização decidiu cancelar em virtude das incertezas. "Lamentamos a decisão, mas a cumpriremos. Os valores dos ingressos serão válidos para a nova data que será divulgada em breve", comunicou na nota.

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