Compras coletivas

INFLAÇÃO: como fazer a feira mais barata? Aplicativos, clubes de compras e grupos ajudam a conseguir preços menores

Para driblar a subida nos preços dos produtos, clubes, grupos de amigos e famílias, além de startups de compras surgem como alternativas

Adriana Guarda
Cadastrado por
Adriana Guarda
Publicado em 15/06/2022 às 18:35
REPRODUÇÃO/FACILY
APLICATIVO Depois de fazer a compra, o cliente tem a opção de pagar o frete e receber o produto em casa ou de selecionar um ponto cadastrado pelo app para retirar as compras gratuitamente - FOTO: REPRODUÇÃO/FACILY
Leitura:

Quem faz feira consegue identificar, na prática, o peso da inflação no carrinho de compras. Em 2021, a alta nos preços foi recorde em seis anos e deverá persistir em 2022. Para driblar a subida nos valores dos produtos, clubes, grupos de amigos e famílias, além de startups de compras surgem como alternativas. A proposta é comprar em grupo para derrubar custos e conseguir preços de atacado adquirindo no varejo. Em resumo, o que se quer é que a feira saia mais barata. 

No atacarejo, amigos e famílias voltaram a fazer listas de compras conjuntas para economizar. Neste formato de loja, o valor cai, dependendo da quantidade de produtos que o consumidor leva para casa. É aí onde está a vantagem de adquirir em volume maior. O movimento repete uma tendência percebida em 2015, quando a inflação também disparou e chegou a 10,67%. Era comum ver famílias chegando em kombis, vans e outros veículos para fazer a feira. 

Com uma inflação acumulada de 10,06% em 2021 e um índice de 11,73% em 12 meses este ano. A tendência é de que os preços continuem subindo. Só de janeiro a mao, a inflação oficial já é de 4,78%. O jeito é caçar promoções, comprar em quantidade e guardar e fazer mutirão de compra. Pesquisa realizada pela NielsenIQ mostra que dois em cada três brasileiros (66%) optam por comprar em maior quantidade para fugir dos constantes aumentos de preços.

Até as classes A e B se renderam ao atacarejo. Com a memória ainda latente da hiperinflação, o brasileiro tem o hábito de formar estoques caseiros para driblar a inflação. Do lado das empresas, há uma tentativa de fortalecer os clubes de fidelização, oferecendo preços menores a quem é assinante do clube. 

Reprodução/Facily
App de compras surgiu em 2018 e oferece de alimentos a eletrônicos - Reprodução/Facily

FEIRA MAIS BARATA NO DIGITAL

Atentas à oportunidade de mercado e impulsionadas pela pandemia da covid-19, quando as pessoas foram obrigadas a ficar em casa, as startups de organização de compras se multiplicaram. A Facily é uma delas. Com um nome de peso na retaguarada, o ex-vice-presidente do Facebook para a América Latina, Diego Dzodan foi o criador, o App vende alimentos, produtos de higiene e limpeza, itens para pets e eletrônicos. 

Como as compras são coletivas, os usuários precisam se reúnir em grupos para que os preços fiquem mais baixos. Depois de fazer a compra, o cliente tem a opção de pagar o frete e receber o produto em casa ou de selecionar um ponto cadastrado pelo app para retirar as compras gratuitamente.

O app existe desde 2018 e atende as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Brasília, Recife, Porto Alegre e Salvador. O pagamento das compras pode ser feito com boleto, cartão de crédito, PIX ou com as chamadas “Moedas de Ouro”, que são recebidas ao acessar o app e fazer compras, como um clube de fidelidade.  

Apesar da vantagem do preço mais baixo, o consumidor precisa ficar atento ao cumprimento do prazo de entrega oferecido pelos aplicativos de compras. Casos de atrasos foram parar no Procon, inclusive com o fechamento de plataformas algumas dessas formas digitais. Enquanto a situação não se estabiliza, o brasileiro precisa ir adotando essas estratégias para minimizar o impacto da inflação corroendo a sua renda.   

Comentários

Últimas notícias