Com informações do Estadão Conteúdo
O presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, pediu demissão da estatal, após a mais recente alta da gasolina e do diesel, e em meio a ameaças de Bolsonaro e aliados de uma CPI para investigar a empresa.
"A Petrobras informa que o senhor José Mauro Coelho pediu demissão do cargo de presidente da empresa na manhã de hoje (20/6)", diz a estatal, em nota.
Vale lembrar que José Mauro Coelho já havia sido demitido pelo presidente da República, mas ainda não tinha entregado o cargo.
O sucessor, Caio Paes de Andrade, secretário de desburocratização do Ministério da Economia, ainda precisa ser aprovado pelas estruturas internas da Petrobras e também ser eleito para o conselho de administração.
O diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Fernando Borges, ficará como presidente interino da estatal.
Na última sexta-feira (17), a Petrobras anunciou um novo reajuste nos preços da gasolina e do diesel. O aumento na gasolina foi de 5,2% e do diesel, de 14,2%, considerando o preço cobrado nas refinarias.
CPI da Petrobras
O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), defendeu a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Petrobras. Bolsonaro havia afirmado que o governo iria resolver o "problema" da empresa.
"Conversei ontem com o líder do governo e o presidente da Câmara para a gente abrir uma CPI segunda-feira, vamos para dentro da Petrobras", declarou Bolsonaro.
O presidente tem defendido a instauração de uma CPI para investigar a formação de preços de combustíveis pela empresa. Bolsonaro tem criticado a Petrobras por reajustar preços diante da alta do petróleo no mercado internacional.
No domingo (19), o presidente da Câmara, Arthur Lira, fez novas ameaças à Petrobras. Ele afirmou que se "a Petrobras decidir enfrentar o Brasil, ela que se prepare: o Brasil vai enfrentar a Petrobras".
Em artigo publicado na Folha de S.Paulo, intitulado "Chegou a hora de tirar a máscara da Petrobras", Lira afirmou que "ficou escancarada a dupla face da estatal".
"Quando quer ganhar tratamento privilegiado do Estado brasileiro, a empresa se apresenta como uma costela estatal. Mas, na hora em que lucra bilhões e bilhões em meio à maior crise da história do último século, ela grita o coro da governança e se declara uma capitalista selvagem", afirma um trecho do artigo.