Ranking de Competitividade

RANKING DE COMPETITIVIDADE DOS ESTADOS: Pernambuco fica estagnado em 2022 e perde para outros estados do Nordeste

Depois de subir duas posições no ano anterior, o Estado manteve a 15ª posição no Ranking de Competitividade dos Estados

Adriana Guarda
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Adriana Guarda
Publicado em 13/09/2022 às 6:40
Foto: Arnaldo Carvalho/JC Imagem
CONTRADIÇÕES Pernambuco é o 10º Estado mais rico do Brasil e também o mais desigual - FOTO: Foto: Arnaldo Carvalho/JC Imagem
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Pernambuco não saiu do lugar em 2022. Depois de subir duas posições no ano anterior, o Estado manteve a 15ª posição no Ranking de Competitividade dos Estados. Também repetiu a 4ª colocação no Nordeste, atrás da Paraíba, do Ceará e de Alagoas.

O Ranking, divulgado nesta terça-feira (13), avalia o desempenho de 27 estados, em dez temas considerados estratégicos para promover a competitividade e melhorar a gestão pública.

Os temas avaliados pelo Ranking de Competitividade dos Estados

Os temas são infraestrutura, sustentabilidade social, segurança pública, educação, solidez fiscal, eficiência da máquina pública e capital humano, sustentabilidade ambiental, potencial de mercado e inovação. Dentro dos dez temas são avaliados 86 indicadores.

O Ranking de Competitividade dos Estados é realizado há 11 anos pelo CLP (Centro de Liderança Pública), com parceria técnica da Tendências Consultoria

O que explica a estagnação de Pernambuco no Ranking de Competitividade dos Estados?

A estagnação de Pernambuco na 15ª posição pode ser explicada pela evolução em alguns pilares (temas) e queda em outros.

O Ranking mostra um desenho conhecido do Estado, que o governo Paulo Câmara (PSB) se empenhou em pagar dívidas, organizar a gestão fiscal e buscar a eficiência da máquina, mas deu menos atenção a outros temas. O Estado ainda apresentou melhora em temas como capital humano, potencial de mercado e segurança pública

Por outro lado, Pernambuco piorou em temas como sustentabilidade social, infraestrutura, educação e sustentabilidade ambiental.

O avanço da pobreza e da fome acima da média nacional explica como a área de sustentabilidade social desandou. Já a educação vive um complexo processo de retomada, após a pandemia; e o déficit na infraestrutura é resultado da baixa taxa de investimento na economia. Nos últimos anos, o Estado tem sido um dos piores do Nordeste na aplicação de recursos públicos. 

Sobe e desce de Pernambuco no Ranking de Competitividade dos Estados

Desde 2015, Pernambuco tem um comportamento de sobe e desce no Ranking de Competitividade dos Estados. Ao longo desses sete anos, o seu melhor desempenho estadual foi em 2015 e 2016, quando se manteve na 13ª colocação no País. Nos anos seguintes piorou, chegando a 18ª posição em 2017 e despencando para a 20ª em 2018. 

Nos três anos que se seguiram, o Estado foi conquistando uma recuperação. Em 2019 e 2020 subiu para a 17ª colocação e foi para a 15ª no ano passado.

Em 2022, que poderia significar um novo ano de retomada, graças ao arrefecimento da pandemia da covid-19, Pernambuco apenas repete o desempenho de 2021.    

THIAGO LUCAS/ ARTES SJCC
Ranking de Competitividade dos Estados - THIAGO LUCAS/ ARTES SJCC

O coordenador de Competitividade do CLP, Lucas Cepeda, compara a situação com um copo meio cheio.

"Depende da maneira como observarmos o copo. Pernambuco tem muitas coisas a serem melhoradas, mas nós observamos o copo meio cheio. Isso porque se olharmos para a trajetória do Estado, é de recuperação", pontua.

Cepeda lembra que em 2018 Pernambuco alcançou sua pior posição no Ranking de Competitividade dos Estados, ficando em 20º lugar no Brasil, entre os sete lanternas. "Naquele ano, a segurança pública do Estado ficou em 27º lugar, sendo a pior do Brasil. Esse pilar foi melhorando e, em 2022, ficou entre os positivos, subindo um ponto", explica.  

Nos aspectos positivos de Pernambuco no Ranking, o executivo também aponta a liderança estadual na avaliação da educação e o segundo colocado em bolsa de mestrado e doutorado, além de pesquisa científica. 

"Por outro lado, é inegável as prioridade do governo para solucionar o problema de caixa, enquanto a taxa de investimento é a mais baixa do Nordeste. A média de Pernambuco é de um percentual de investimento de 3,5% da Receita Corrente Líquida. Estados como Alagoas e Piauí aplicam 14% e 10,5%, por exemplo", compara Cepeda. 

O resultado do Ranking de Competitividade dos Estados confirma o que outros estudos mostram. Pernambuco é um Estado rico, mas com alto nível de desigualdade social. Levantamento do IBGE, realizado este ano com dados do PIB de 2019, colocou Pernambuco em 10º lugar entre as unidades da federação mais ricas do Brasil. 

A má distribuição da riqueza empurra Pernambuco para um outro ranking: o do Estado em que a pobreza e a extrema pobreza mais cresceram no Brasil. Há muito o que avançar para alcançar um equilíbrio. 

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