Pernambuco caiu três pontos no pilar de Sustentabilidade social do Ranking de Competitividade dos Estados, divulgado nesta terça-feira (13). Este pilar avalia 17 indicadores que vão da falta de acesso à moradia, água e esgoto, passando por pobreza e acesso à saúde.
O Mapa da Nova Pobreza, divulgado pela FGV Social, apontou Pernambuco como o campeão nacional da pobreza entre 2019 e 2021, com taxa de crescimento de 8,14%. São 1,6 milhão de pessoas vivendo com uma renda de, no máximo, R$ 497 por mês.
Na quota da pobreza, também entram a falta de habitação e saneamento básico. Em Pernambuco, apenas 30% da população tem acesso a esgoto tratado e 80%, à água tratada.
Habitação
Na área de habitação, a Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) estimou, em 2020, uma demanda de 600 mil moradias no Estado.
Outro pilar que tirou três pontos de Pernambuco no Ranking de Competitividade dos Estados foi o de infraestrutura. O tema traz dez indicadores, avaliando preços e qualidade de serviços em áreas como telecomunicações, energia, rodovias e fibra ótica.
A qualidade das estradas chama atenção. Dois programas foram lançados (Caminhos de Pernambuco e Caminhos da Integração) desde o início do governo Paulo Câmara, na tentativa de recuperar as rodovias do Estado, que são conhecidas pela qualidade sofrível.
Entre 2011 e 2022, o investimento em estradas chegou perto de R$ 4 bilhões, mas ainda foi insuficiente para resolver o problema "crônico".
Uma releitura da Pesquisa Rodoviária da Confederação Nacional de Transportes (CNT) 2021, tradicional levantamento do segmento rodoviário, realizado desde 1995 e divulgado em dezembro, aponta quatro rodovias estaduais avaliadas entre as piores do País.
Este é o pior resultado do Nordeste, que além de Pernambuco, só teve um estado com estradas péssimas: a Bahia, com duas.
Educação
Embora Pernambuco seja líder em avaliação de educação no País, o pilar aparece com queda de duas posições no Ranking de Competitividade dos Estados.
O pilar avalia sete indicadores, como Ideb, Enem, taxa de frequência, índice de oportunidade e outros. Na educação, um dos pontos que merecem atenção é a alfabetização.
O cenário já era preocupante antes da pandemia da covid-19 e piorou muito com a doença. Em 2016, a Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA), realizada pelo Ministério da Educação (MEC) em todo o País mostrou que em Pernambuco sete de cada 10 estudantes tinham desempenho ruim em leitura; e cinco, em escrita. No Estado, a taxa de analfabetismo é de 11,9%; dobro da brasileira (6,6%).
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