PRF diz ter aplicado mais de 7.300 multas a apoiadores de Bolsonaro por bloqueios

Força Nacional apoiará PRF em ações para desbloquear rodovias
Da redação
com agências
Publicado em 08/11/2022 às 21:22
INVESTIGAÇÃO Procuradores dizem a Alexandre Moraes que atos bolsonaristas são custeados por empresários Foto: POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL/BAHIA


A Força Nacional de Segurança Pública vai apoiar a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o governo de Rondônia nas ações de segurança pública visando garantir a livre circulação e a segurança dos usuários das rodovias e estradas do estado.

A portaria do Ministério de Justiça e Segurança Pública, autorizando a medida, está publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (8). Os militares atuarão durante 15 dias, a contar desta terça, em caráter episódico e planejado.

O emprego da Força Nacional ocorrerá em articulação com os órgãos de segurança pública, sob a coordenação da Superintendência da PRF no estado.

"O contingente a ser disponibilizado obedecerá ao planejamento definido pela diretoria da Força Nacional de Segurança Pública, da Secretaria Nacional de Segurança Pública", diz ainda o documento assinado pelo ministro Anderson Torres, da Justiça.

MULTAS

Ainda nesta terça, a Polícia Rodoviária Federal informou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, que até ontem (8) aplicou 7.325 multas em todo o País em razão dos bloqueios de rodovias realizados por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro após a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas urnas. O Estado em que foi registrado o maior número de multas é Santa Catarina (1374), seguido por Mato Grosso (1097) e Pernambuco (935).

De acordo com a corporação, há 73 'ocorrências ativas' em todo País: dois bloqueios - um no Paraná e outro em Mato Grosso - três interdições e 68 pontos de concentração. No caso das interdições, as vias estão parcialmente obstruídas. Já os pontos de concentração dizem respeito a locais com aglomerações, mas sem prejuízo ao trânsito.

Os dados foram remetidos ao gabinete de Alexandre de Moraes no bojo da ação na qual o Supremo determinou que a PRF adotasse todas as medidas cabíveis para desbloquear as estradas tomadas por bolsonaristas.

INFORMAÇÕES

Nesta segunda-feira (7), o magistrado determinou que as Polícias Civis e Militares dos Estados e do Distrito Federal, assim como a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, apresentem todas as informações sobre os organizadores, financiadores e líderes dos atos antidemocráticos promovidos por apoiadores de Bolsonaro.

A PRF chegou a remeter ao Supremo uma lista com as informações dos veículos que foram multados nos bloqueios em todo o País até o último fim de semana. A corporação também informou o efetivo empregado durante o segundo turno das eleições e os dias subsequentes.

Também nesta segunda, manifestantes que interditaram um trecho da rodovia BR-163 na cidade de Novo Progresso, no Pará, foram flagrados arremessando pedras e pedaços de pau contra um comboio da PRF que tentava desobstruir a estrada.

PROTESTOS

Os procuradores-gerais de Justiça dos Estados de São Paulo, Espírito Santo e Santa Catarina informaram ao presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, que os atos antidemocráticos realizados em frente aos quartéis das Forças Armadas e os bloqueios ilegais de centenas de vias públicas do País foram financiados por uma "grande organização criminosa" formada por empresários.

Os chefes dos Ministérios Públicos estaduais se reuniram com Moraes na sede da Corte nesta terça para informar os avanços das investigações e obter dados adicionais da Justiça Eleitoral que podem ajudar a identificar mais pessoas envolvidas na organização e no financiamento das manifestações de caráter golpista.

"Na nossa visão, é uma grande organização criminosa com funções pré-definidas e financiadores. Isso é de conhecimento público. Há várias mensagens com números de Pix e tudo mais para que as pessoas possam abastecer financeiramente (os atos). A partir disso, nós precisamos estabelecer quem desempenhou cada função", disse procurador-geral Mario Luiz Sarrubbo, que comanda o MP de São Paulo.

 

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