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PETROBRAS DERRETE NA BOLSA? Veja resultados de hoje, 14.12, após mudança na LEI DAS ESTATAIS

Na noite de ontem, a Câmara aprovou um projeto de lei que muda a Lei das Estatais

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Lucas Moraes

Publicado em 14/12/2022 às 16:28 | Atualizado em 14/12/2022 às 16:30
Intenção da empresa seria deixar o Estatuto atualizado em relação à Lei das Estatais - ANDRÉ MOTTA DE SOUZA/AGÊNCIA PETROBRAS

Com Estadão Conteúdo

Às 15h38 desta quarta-feira (14), o Ibovespa, principal índice da Bolsa da Valores, voltou a cair, passando a operar em queda de 0,23%, aos 103.297 pontos. O Ibovespa abriu o dia em queda forte, com investidores descontentes com a mudança na Lei das Estatais promovida na terça-feira à noite após aprovação na Câmara.

Perto de 11h30, o Ibovespa caía quase 1% para a faixa dos 102,6 mil pontos, após ceder 1,71%, aos 103.539,67 pontos ontem, já reagindo a especulações de alteração na Lei das Estatais, o que foi confirmado perto de 23 horas.

AÇÕES DA PETROBRAS

Até as 16h25 desta quarta-feira, tanto as ações preferenciais quanto as ordinárias da Petrobras amargavam as maiores quedas da Bolsa de Valores. 

As ações preferenciais variavam -9.34%, em R$ 21,14. Já as ações ordinárias, -9.84% (R$ 24,28).

O QUE MUDOU NA LEI DAS ESTATAIS

Na noite de ontem, a Câmara aprovou um projeto de lei que muda a Lei das Estatais e libera o ex-ministro Aloizio Mercadante para assumir a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no novo governo Lula. A proposta, que inicialmente apenas alterava regras sobre gastos das empresas públicas com publicidade, foi modificada de última hora para incluir uma redução no tempo de quarentena para indicados ao comando de estatais que tenham participado de campanhas eleitorais. O texto, aprovado pelos deputados com 314 votos favoráveis a 66 contrários, segue agora para análise do Senado.

"A mudança permite que o novo governo coloque qualquer político para presidir uma estatal. Fora que a alteração aconteceu na calada da noite", avalia o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, em comentário matinal.

Para Enrico Cozzolino, head de análise e sócio da Levante Investimentos, a expectativa de que haveria mudança na Lei das Estatais já foi "realmente ruim". Aqui, cita, o índice Bovespa começou dezembro na contramão de Nova York.

"Não acompanhou a melhora global. O doméstico mais uma vez afetou. Vai além da nomeação de Fernando Haddad. Teve ainda a escolha de 'bessias' (Jorge Rodrigo Araújo Messias como futuro ministro da AGU) e agora a mudança na lei das estatais. Flexibilizar uma lei que coloca requisitos mínimos para indicar nomes no novo governo sem olhar as preocupações com as instituições em si é ruim", avalia.

Ontem, foi confirmado o nome de Aloizio Mercadante para a direção do BNDES. Isso deixa em segundo plano uma eventual reação positiva ao anúncio do novo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de dois nomes com perfis técnicos para a pasta - Gabriel Galípolo, que será secretário executivo da Fazenda e Bernard Appy, que ocupará uma secretaria especial para a reforma tributária.

"A preocupação é que com Mercadante no BNDES é que a instituição deixe de ser um banco de fomento para ser um de financiamento", avalia Laatus, ao referir-se à possibilidade de que a instituição faça "loucuras" em relação à forma de emprestar dinheiro.

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