Cesta básica do Recife teve a menor taxa de crescimento do Brasil em 2022

Apesar de apresentar a menor alta em relação às demais capitais, muitos produtos da cesta básica do Recife tiveram alta, como farinha de mandioca (42,64%), o leite (40,66%), a manteiga (29,06%), o pão (27,80%)
Adriana Guarda
Publicado em 09/01/2023 às 16:46
Valor da cesta básica no Recife alcançou seu pico em julho de 2022, cotada a R$ 616,63. Depois seguiu tendência de queda Foto: DIVULGAÇÃO/PROCON-PE


O preço da cesta básica no Recife teve o menor reajuste entre as 17 capitais do País analisadas pelo Dieese em 2022. No ano passado, a alta foi de 6,15%, o equivalente a um aumento de R$ 32,72. Com isso, o valor da cesta de 12 produtos encerrou o ano em R$ 565,09. É o terceiro menor preço do Brasil, depois de Aracaju (R$ 521,05) e João Pessoa (R$ 561,84). 

Ao longo de 2022, a cesta básica do Recife registrou dois momentos de pico nos prços, quando ultrapassou a casa de R$ 600; valor pago pelo Auxílio Brasil às famílias de baixa renda. Em junho o valor chegou a R$ 612,34 e em julho subiu ainda mais para R$ 616,63. 

Depois desses dois momentos de maiores altas anual, o valor foi caindo mês a mês e só voltou a subir em dezembro. Para 2023 fica a expectativa de como vai se comportar a inflação e sobretudo a inflação dos alimentos, que interferem no preço da cesta básica.  

Apesar de apresentar a menor alta em relação às demais capitais, muitos produtos tiveram alta no Recife  No ano de 2022, apenas o tomate (-24,92%), o arroz (-7,17%) e a carne (-1,47%) apresentaram queda no preço médio. Enquanto isso, um número bem maior de produtos tiveram alta, como a farinha de mandioca (42,64%), o leite (40,66%), a manteiga (29,06%), o pão (27,80%), o café (25,30%), o feijão (25,06%), o açúcar (3,61%), o óleo de soja (1,04%) e a banana (0,19%).

Pelos dados do Dieese, em dezembro de 2022, o trabalhador recifense remunerado pelo salário mínimo,
comprometeu 102 horas e 34 minutos da jornada mensal para adquirir os gêneros essenciais, duas horas e trinta minutos acima do tempo registrado em novembro de 2022, quando foi de 100 horas e 4 minutos.

Quando comparados o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), a relação foi de 50,40% em dezembro de 22, e 49,17% em novembro de 2022. Em dezembro de 2021, o percentual era de 52,32%.

CESTA BÁSICA NO BRASIL 

Em 2022, o valor da cesta básica aumentou nas 17 capitais onde o Dieese realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. As maiores altas, quando se compara dezembro de 2021 com o mesmo mês de 2022, foram registradas em Goiânia (17,98%), Brasília (17,25%), Campo Grande (16,03%) e Belo Horizonte (15,06%). Já as menores taxas acumuladas foram as de Recife (6,15%) e Aracaju (8,99%).

Em dezembro de 2022, o maior custo do conjunto de bens alimentícios básicos foi observado em São Paulo (R$ 791,29), depois em Florianópolis (R$ 769,19) e Porto Alegre (R$ 765,63). Entre as cidades do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente das outras capitais, Aracaju (R$ 521,05), João Pessoa (R$ 561,84) e Recife (R$ 565,09) registraram os menores valores.

Com base na cesta mais cara, que, em dezembro, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.

Em dezembro de 2022, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 6.647,63, ou 5,48 vezes o mínimo de R$ 1.212,00. Em novembro, o mínimo necessário correspondeu a R$ 6.575,30, ou 5,43 vezes o piso vigente. Em dezembro de 2021, o salário
mínimo necessário foi de R$ 5.800,98, ou 5,27 vezes o piso em vigor, que equivalia a R$ 1.100,00.

 

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