Projetos para produção de hidrogênio verde no País vão receber novos investimentos m pesquisa, desenvolvimento e inovação, graças a uma parceria entre o Brasil e a Alemanha. Um acordo bilateral, assinado nesta semana entre o SENAI Nacional e a Federação Alemã de Associações de Pesquisa Industrial (AIF), vai aplicar R$ 21 milhões em até dez projetos, que envolvam pequenas e médias empresas, start-ups e organizações de pesquisa e tecnologia dos dois países.
A missão industrial será coordenada pelo Instituto SENAI de Inovação para Tecnologias da Informação e Comunicação (ISI-TICs), sediado em Pernambuco, e irá propiciar a atração de novos investimentos para o TecHUB Hidrogênio Verde, espaço que está sendo construído no Complexo Industrial Portuário de Suape.
Lançado em julho do ano passado, o TecHUB é um ambiente pensado para promover a pesquisa, o desenvolvimento e a validação de soluções inovadoras relacionadas ao hidrogênio verde (H2V). Para isso, estão sendo construídos, no Porto de Suape, plantas de energia solar, usinas de geração do H2V e postos de abastecimento, entre outros equipamentos, por meio de parcerias com instituições como a CTG Brasil e a Neoenergia.
Inicialmente, seis projetos já foram selecionados para serem desenvolvidos neste ambiente e, agora, com o novo acordo, a expectativa é aumentar esse número.
Um dos primeiros passos da parceria Brasil-Alemanha será o lançamento de uma chamada pública, dentro das próximas semanas, para selecionar os projetos de PD&I que serão financiados pelo acordo. Empresas brasileiras e institutos da Rede SENAI de Inovação poderão participar da disputa.
A ideia é que as propostas escolhidas, que devem ter duração de execução de 12 a 36 meses, comecem a ser executadas já em 2024. Além do TecHUB, o Parque SENAI Cimatec (Bahia) e o Centro Verde de Hidrogênio em Balbina (Amazonas) também devem funcionar como centros de desenvolvimento.
“O Brasil tem um grande potencial relacionado à produção de energias renováveis e, consequentemente, de hidrogênio verde, e isso precisa ser aproveitado. Hoje, o custo relacionado à produção e ao transporte dessa energia ainda é muito caro, e o papel de instituições de pesquisa, como os institutos da Rede SENAI de Inovação, é essencial para torná-la acessível. O Porto de Suape, com o TecHUB e suas áreas de laboratórios e plantas-piloto, pode a contribuir com essa etapa de transformação”, ressalta o diretor do ISI-TICs, Pierre Mattei.
O hidrogênio verde é uma fonte de energia que pode substituir combustíveis derivados de fontes fósseis, como a gasolina, o diesel, o gás e o carvão. Usado na forma líquida ou gasosa é considerado o combustível do futuro porque reduz a produção dos gases que provoam o efeito estufa.
Ele é obtido a partir de uma molécula de água (composta de dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio). É possível dividir essa molécula e separar o hidrogênio do oxigênio, por meio de um processo chamado eletrólise. Esse processo, no entanto, demanda muita energia elétrica. Esse é um dos estaudos que estão sendo realizados, a viabilidade do hidrogênio verde.
Assim como o Brasil trabalha para se transformar em um polo do combustível do futuro, Pernambuco investe para ser um dos produtores dentro do País.