JC 104 anos: Jornal viveu grandes transformações desde que João Carlos Paes Mendonça assumiu o negócio

O fim da ediçãoa impressa do Jornal do Commercio significou um novo recomeço e acabou transformando o JC em uma potência digital, figurando entre os 8 maiores portais do Brasil
Adriana Guarda
Publicado em 03/04/2023 às 18:19
DEBATE DA RADIO JORNAL SOBRE OS 104 ANOS DO JORNAL DO COMERCIO, COM A PARTICOPAÇÃO DE LAURINDO FERREIRA, MARIA LUISA E IVANILDO SAMPAIO. 104 ANOS DO JC. ANIVERSARIO JC. Foto: Gabriel Ferreira/ Jc Imagem


O aniversário de 104 anos do Jornal do Commercio foi tema do Debate da Super manhã desta segunda-feira (3), na Rádio Jornal. Conduzido pela apresentadora Natalia Ribeiro, participaram da discussão, o ex-diretor de redação do JC, Ivanildo Sampaio, o Diretor de redação do JC, Laurindo Ferreira e a Diretora de estratégias digitais do SJCC, Maria Luiza Borges. 

Ao longo de mais de um século de história, o jornal resistiu assim diante de tantas mudanças, assim como como resistiu o jornalismo. Quando o JC colocou sua primeira edição na rua, no dia 3 de abril de 1919, o mundo tentava se recompor depois do fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

Não bastasse o conflito, uma doença com sintomas de gripe (a Gripe Espanhola) começou a matar pessoas pelos cinco continentes, entre 1918 e 1919. O jornal tinha sido fundado pelo jornalista, diplomata, empresário e político paraibano Francisco Pessoa de Queiroz, mais conhecido como F. Pessoa de Queiroz. 

HEUDES RÉGIS - Quando projetamos o RioMar, queríamos dotar a cidade do Recife de um equipamento que fosse referência no setor e que também desenvolvesse a região e seus moradores. Hoje, 10 anos depois, com o shopping consolidado como espaço de convivência, centro de compras, e somando mais de três mil jovens moradores do entorno no mercado de trabalho criado nas lojas e na gestão, me sinto realizado", afirma o presidente do grupo JCPM, João Carlos Paes Mendonça
 

OUSADIA DE JCPM

Em 1987, o JC enfrentava uma forte crise, praticamente quebrado, quando o empresário João Carlos Paes Mendonça decidiu assumir o sistema de comunicação, que naquela época já contava com rádio e TV. Sem receber salários, os profissionais estavam em greve e o jornal não circulava há 40 dias. 

Ivanildo Sampaio recorda que foi difícil encontrar profissionais que quisessem assumir a empreitada e que peregrinou pelas universidades em busca de estagiários para formar o novo time do JC, que foi sendo formado dentro da empresa. Graças à coragem e ousadia de João Carlos Paes Mendonça, o Jornal do Commercio se reergueu e transformou-se em um dos maiores grupos de comunicação do Nordeste e do País. 

"A marca do JC foi se consolidando. Nós fomos o primeiro jornal fora do eixo Sul-Sudeste a ganhar dois prêmios Esso nacionais. O Esso era como o Oscar do Jornalismo brasileiro. Além do Esso nacional, ganhamos outros oito a dez regionais", recorda Ivanildo. 

Laurindo Ferreira reforça, lembrando que o JC virou referência de bom jornalismo no cenário nacional. Graças a isso, o jornal passou a ter cadeira cativa no julgamento das reportagens que disputavam o Esso. "Naturalmente não julgávamos as reportagens do Nordeste, porque tinha produções nossas, mas de outras regiões", destaca. 

Tião Siqueira/JC Imagem - JC se adaptou às mudanças no jornalismo nos últimos anos

MUDANÇAS  

Em meio ao turbilhão de mudanças pelas quais o jornalismo e o JC passou a longo da história, uma das mais comentadas foi o fim da circulação do jornal impresso em abril de 2021. "Na época recebi várias ligações de pessoas lamentando o fim do jornal impresso, mas a gente percebia o momento como um grande recomeço. Hoje somos um jornal mais lido, mais comentado e lido no mundo inteiro. Somos 100% digital e adotamos a estratégia de manter o conteúdo aberto para quem quiser ler", observa Laurindo. 

O fim da circulação não significou o fim do jornal. Muito ao contrário, esclarece Maria Luiza Borges. "Quando o jornal deixou de ser impresso nós tínhamos 17 mil assinantes. Hoje ele é lido por 21 milhões de usuários (dados de fevereiro) e é o 8º maior portal de notícia do Brasil. Somos lidos na Holanda, Portugal, Argentina, Canadá, Hungria, Reino Unido e vários outros. A gente explodiu as fronteiras do Estado e da região. Também fomos o primeiro parceiro do UOL no Brasil, em 1998", recorda. 

Maria Luiza diz que um dos desafios do jornal no momento é acompanhar a velocidade das mudanças e estar onde as novidades estão. "Teve qualquer novo movimento nés estamos junto deles. Estamos o Tik Tok e no Youtube, com o JC Play. Também trabalhamos com muito monitoramento digital para acompanhar o que as pessoas querem ver. Antes era uma espécie de fala que eu te escuto, com o jornal publicando o que os editores imaginavam que as pessoas queriam", analisa.  

A diretora alerta sobre outro desafio que se avizinha: a entrada barulhenta da inteligência artificial na vida das pessoas, que será mais uma virada na forma como os leitores buscam informação. Mais uma tendência que os jornais e o JC terão que se adaptar. 

 

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