A Tupperware talvez seja a empresa mais conhecida pelos seus recipientes de plásticos reutilizáveis que mantém alimentos guardados por mais tempo, mas nesta semana, ela admitiu que pode vir à falência.
Segundo a Folha de São Paulo, no último dia 7, a empresa contratou consultores financeiros após uma crise, alegando aumento nos custos com empréstimos e botando em cheque sua permanência no mercado.
"A empresa está fazendo tudo ao seu alcance para mitigar os impactos dos eventos recentes e estamos tomando medidas imediatas para buscar financiamento adicional e resolver nossa situação financeira", disse Miguel Fernandez, presidente-executivo da Tupperware.
AÇÕES TUPPERWARE
Após o anúncio, no dia 10, as ações da Tupperware Brands Corp. caíram quase a metade (48,8%) na Bolsa de Nova York, o que acarretou em uma queda no seu valor de mercado, passando a custar menos de US$ 100 milhões.
A título de comparação, só de dívidas, a empresa tem mais de US$ 700 milhões, ou seja, número sete vezes maior do que seu valor atual.
Neste ano, a Tupperware teve uma receita de US$ 1,7 bilhão, valor inferior se comparado com 2013, quando registrou cerca de US$ 2,7 bilhões.
Foi durante a pandemia que as vendas tiveram seu melhor momento recente. A empresa chegou a valer mais de US$ 1 bilhão ao final de 2020, ano crítico da pandemia da covid-19.
TUPPERWARE VAI FECHAR NO BRASIL?
Se depender dos revendedores brasileiros, a empresa mantém suas portas abertas em território nacional.
Isso por que além do consumo, há o fator afetivo que os consumidores da marca sempre tiveram ao longo dos anos.
"Quando minha filha casou, a gente dividiu os meus potes e até falou que era a herança da família", disse Maria Feitosa, uma cliente da Tupperware, que chega a gastar mensalmente de R$ 150 a R$ 250 em produtos.
A consultora líder da empresa, Flávia Maciel, lembra que no mercado nacional, há, o que eles chamam de "cultura de cozinha", pois os brasileiros tem o costume de guardar as sobras de alimentos nos recipientes:
"Nos Estados Unidos, por exemplo, há uma cultura de fast food, então não tem porque eles terem potes [do tipo Tupperware] em casa. O Brasill tem a cultura de cozinha, de ter sobras".
Segundo a Folha de São Paulo, há grupos no Facebook com 80 mil membros entre revendedores e consumidores da marca, e que as redes sociais só facilitam as vendas.