O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) apresentou variação de 2,05%, no Brasil, entre junho e julho. Enquanto isso, registrou-se, em Pernambuco, crescimento de 2,16%. No estado, há indícios de melhora associados à avaliação do emprego, perspectiva profissional, renda, nível de consumo atual, perspectiva de consumo e momento para duráveis.
Segundo o recorte local realizado pela Fecomércio Pernambuco, em relação ao emprego, 22,7% dos pernambucanos sentem-se mais seguros relativamente à situação vigente no ano passado.
No extrato dos 37,3% com renda superior a 10 salários-mínimos, a perspectiva é a mesma. Já 35,6% dos entrevistados com até 10 salários-mínimos sentem essa condição.
A perspectiva profissional segue bem dividida entre aqueles que acreditam numa melhora profissional (34,9%), numa piora profissional (33,7%) e aqueles que não sabem (31,4%). Nota-se que a população com renda mais elevada está mais satisfeita em relação ao emprego, haja vista 50,5% acreditarem ter boas perspectivas profissionais.
Entre aqueles com salários mais altos, tem havido um sentimento positivo em relação à renda. No entanto, é importante destacar o registro dessa percepção também entre a população de menor renda, estrato no qual 28,1% indicaram uma melhora em sua situação financeira em comparação ao ano passado.
O mesmo não pode ser dito quanto ao acesso ao crédito. Para 42,3% da população com renda acima de 10 salários-mínimos, o acesso ao crédito ficou mais fácil quando cotejado a igual mês de 2022, enquanto para a população de renda mais baixa, 32,7% acreditam que o acesso ao crédito ficou mais difícil.
Essa é uma situação que pode influenciar perspectivas de compras dos pernambucanos, sobretudo das famílias com poder aquisitivo menos dilatado.
Tanto é assim que, em relação ao nível de consumo, a pesquisa revelou que 47,1% das famílias com renda até 10 salários-mínimos estão comprando menos quando comparado ao ano passado, enquanto a população que recebe acima de 10 salários-mínimos indicou que 44,5% estão comprando mais que no ano passado.
Em Pernambuco, 38,5% das famílias com renda até 10 salários-mínimos indicaram um consumo menor que no ano passado, enquanto 49,1% das famílias com renda superior a 10 salários-mínimos têm a expectativa de que o consumo seja igual ao do ano passado.
A perspectiva de consumo revela não apenas os impactos da desigualdade de renda no Estado, mas também antecipa um cenário desafiador para as empresas do setor de comércio e serviços.
Para 51,4% dos pesquisados, este é um mau momento para compra de bens duráveis (televisão, geladeira, fogão, etc.). Na faixa de renda mais baixa, é ainda mais predominante essa insatisfação, com 52,9% corroborando a afirmação anterior.
Enquanto isso, na faixa de renda mais elevada, 50,5% avaliam que a circunstância é favorável para a aquisição de duráveis. O descontentamento da população de menor renda relativa com a compra de duráveis está ligada às dificuldades de acesso ao crédito, encarecido pela cobrança de elevadas taxas de juros, bem como ao comprometimento de parcela significativa da renda com o endividamento.