A 23ª Fenearte foi marcada por recordes de movimentação financeira e de público, além de permitir analisar o perfil do turista que visitou a feira este ano. Com previsão de realizar R$ 40 milhões em negócios, o valor fechou 30% acima do esperado, totalizando R$ 52 milhões. A expectativa de público, que era de 300 mil durante os 12 dias do evento, subiu para 315 mil pessoas circulando pelo pavilhão do Centro de Convenções de Pernambuco. Além disso, uma pesquisa também identificou de onde vem o turista e como ele gasta na Fenearte. O governo anunciou, ainda, a data da Fenearte em 2024, que vai acontecer entre 3 e 14 de julho.
“A Fenearte foi muito potente, muito vibrante! Todas as artesãs e os artesãos com quem conversei estavam satisfeitos com as vendas, as encomendas e os negócios realizados, além de suas expectativas. O público foi enorme, superando os números das edições anteriores. Ficou uma boa sensação de missão cumprida e a certeza de que temos muita coisa legal ainda por fazer”, fala, com entusiasmo, a diretora-executiva da 23ª Fenearte, Camila Bandeira, que é diretora-geral de Promoção da Economia Criativa da Adepe.
Com o tema Loiceiros de Pernambuco – Arte da Terra, Poesia das Mãos, a 23ª Fenearte ofereceu ao seu grande público uma diversidade de artesanato e arte popular, em seus 25 mil m² de área ocupada por mais de cinco mil expositores de Pernambuco e de várias partes do Brasil e do mundo, além de uma programação com quase 130 atividades culturais, entre palestras sobre artesanato e design, desfiles de moda, shows, aulas de gastronomia, lançamentos de livros e as oficinas, que reuniram mais de 1,5 mil pessoas.
Tendo a sustentabilidade como relevante diretriz para o presente e o futuro da Fenearte, nesta edição foi recolhido e devidamente separado um total recorde de resíduos: 14,8 toneladas. A ação da Secretaria de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Fernando de Noronha de Pernambuco (Semas-PE), em parceria com a Adepe, foi realizada pela Palha de Arroz, cooperativa formada por mulheres do bairro do Arruda, na Zona Norte do Recife. No ano passado, a coleta foi de 2,5 toneladas. Ou seja, um aumento de mais de 560%
A 23ª Fenearte inovou com o Circuito Fenearte. A iniciativa, até então inédita, ampliou a experiência do público da feira ao estimulá-lo a visitar espaços de arte, cultura e economia criativa, e ainda restaurantes, no Recife e em Olinda, com programações produzidas especialmente para o período, como a exposição de objetos e móveis “Sertão Sobre Sertão”, do designer Fábio Melo, ainda em cartaz no Museu Cais do Sertão; a feira ART PE e a presença da DW Semana de Design, de São Paulo, no Edf. Pernambuco, Centro do Recife.
“Fizemos história. Foram muitos os movimentos e os locais que abriram suas portas para abrigar e divulgar a nossa Fenearte, uma feira que é de todos os pernambucanos. Em nome de todos que fazem a Adepe, agradeço as parcerias que tornaram possível este grande evento. Os artesãos saem satisfeitos e nós, em breve, teremos os dados de uma pesquisa que deverá nortear a edição 2024. Enquanto isso, a gente se vê nos nossos centros de Artesanato de Pernambuco e no nosso e-commerce”, comemora o diretor-presidente da Adepe, André Teixeira Filho, referindo-se ao estudo inédito feito pelo Laboratório O Imaginário.
Mais de 350 artesãos de Pernambuco presentes na Fenearte foram ouvidos pelos pesquisadores para este estudo da cadeia produtiva do artesanato. As informações estão sendo reunidas para serem apresentadas ainda neste ano. A iniciativa tem por propósito compreender e mapear os artesãos, seus artesanatos e territórios, além do mercado, para a formulação de ações e estratégias cada vez mais alinhadas à realidade, à identidade e aos anseios dos artesãos enquanto fazedores de cultura e agentes da economia do Estado.
APROVAÇÃO
O índice de aprovação da 23ª Fenearte é de 97%, pelos artesãos, e 95%, pelos frequentadores, apontam dados levantados pelo Setor de Estudos e Pesquisas (SEP) da Secretaria de Turismo e Lazer de Pernambuco/Empetur. Também foram avaliadas, em particular, a diversidade do artesanato (97,5% de aprovação, como ótimo ou bom), a programação de shows artísticos (91,9%) e as oficinas (94%). “A Fenearte é um dos nossos grandes atrativos turísticos do mês de julho na Região Metropolitana do Recife. Os bons resultados desta edição mostram que fizemos um excelente evento para os turistas e pernambucanos", destaca o secretário de Turismo e Lazer, Daniel Coelho.
A taxa de ocupação da rede hoteleira durante o período da Fenearte foi de 71,68%. Em Olinda, 83,35% das vagas em meios de hospedagem ficaram ocupadas, com uma permanência média de 5,8 dias. Já no Recife, a taxa de ocupação ficou em 60% e com uma permanência média de 2,7 dias. Os turistas nacionais vieram principalmente da Paraíba, do Rio Grande do Norte e de São Paulo. Os internacionais, da França e Inglaterra. O gasto médio individual diário dos turistas na Fenearte, em geral, foi de R$ 1.147,43. As pessoas que estavam hospedadas em hotéis gastaram, em média, R$ 1.315,65.
Do total de artesãos e visitantes entrevistados pelo SEP, 34% deles estiveram na feira pela primeira vez, o que mostra o potencial turístico a ser ainda explorado.