NOVO VELHO PAC

PAC Novo, obras antigas. Maiores investimentos em Pernambuco são para 'ressuscitar' projetos inacabados

Nesta nova edição, o governo Federal relançou obras prometidas nos PACs 1 e 2, mas que não saíram do papel ou ficaram incompletas. Em Pernambuco, a lista de antigas é extensa e inclui projetos gigantes como Transnordestina, Refinaria Abreu Lima (Rnest) e Hemobrás

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Adriana Guarda

Publicado em 22/09/2023 às 21:44 | Atualizado em 28/09/2023 às 11:20
Novo Velho PAC - Thiago Lucas/ Design SJCC

Nos municípios de Cupira, São Benedito do Sul, Barra de Guabiraba e Lagoa dos Gatos, na Zona da Mata pernambucana, a população custa a acreditar que os esqueletos de quatro barragens de contenção de enchentes serão recuperados e concluídos. A desesperança se explica. Elas foram prometidas pelo ex-governador Eduardo Campos, na maior enchente vivida pela região, em 2010. As obras começaram em 2013 e, apenas uma delas, alcançou execução de 50%.

As barragens de Panelas 2, Igarapeba, Barra de Guabiraba e Gatos - nas cidades citadas - ajudam a entender a prioridade do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) no Estado. Nesta nova edição, o governo Federal relançou obras prometidas nos PACs 1 e 2, mas que não saíram do papel ou ficaram incompletas. Em Pernambuco, a lista de antigas é extensa e inclui projetos gigantes como Transnordestina, Refinaria Abreu Lima (Rnest) e Hemobrás. 

Os motivos para os atrasos nas obras são os mais diversos. Corrupção, projetos básico e executivos malfeitos, problemas com licitação, auditorias do TCE e TCU, licenciamento ambiental, desapropriações, desistência das empreiteiras e tantos outros. Além de atrasar o andamento, esses 'percalços' também se revertem em prejuízo aos cofres públicos. No caso das obras inacabadas, parte do investimento é perdido, em função da depreciação, e o valor para concluir é sempre maior do que o orçamento inicial. 

No caso das barragens, a ideia do governo de Pernambuco era concluir todas em quatro anos, com investimento divido meio a meio entre as gestões estadual e federal. Do orçamento de R$ 286,9 milhões projetado para os empreendimentos, R$ 108,4 milhões foram aplicados e nenhuma ficou pronta. 

Ao longo do tempo, os governos federal e estadual guerrearam para justificar de quem era a culpa pelos empreendimentos não terem andado. A União apontou projetos malfeitos, o Estado falou em falta de repasse e depois a sucessão de crises econômicas que começou em 2015 e depois ainda emendou com a pandemia.  

Agora as barragens estão contempladas no Novo PAC e, se forem concluídas dessa vez, terá significado uma espera de mais de 10 anos pela população.   

ANTIGAS NO NOVO PAC

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