Especialista explica como funciona o novo Pix por aproximação em carteira digital
De maneira geral, para toda a população, o BC prevê lançar o Pix por aproximação em fevereiro de 2025; entenda como usar nova ferramenta de pagamento
A ferramenta Pix, de pagamento instantâneo brasileiro, ganhará a função de pagamento por aproximação por meio da Carteira Google, segundo o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.
A novidade deve chegar a partir da próxima semana e promete facilitar o dia a dia dos usuários.
Em entrevista à Rádio Jornal, Marcel Mascarenhas, advogado especialista em Direito Público e ex-procurador-geral adjunto do Banco Central, explicou como a nova ferramenta funcionará. Confira abaixo!
Ferramenta de pagamento por aproximação via Pix
"A facilidade será, com a prévia autorização do cliente, para que quando precisar fazer o pagamento bastará encostar o celular no dispositivo indicado pelo vendedor".
Mascarenhas explica que o pagamento será mais simplificado: "assim, ele poderá confirmar aquela transação com as credenciais que eventualmente sejam necessárias ali, mas sem aquela necessidade de abrir o aplicativo do banco da instituição de pagamento, e fazer ali todo aquele processo de indicação leitura de QR Code e da chave-pix [do vendedor]".
A função será disponibilizada apenas no Google?
"Não. O Google é apenas um dos provedores de serviços de pagamento existentes no país. Muito provavelmente esse serviço vai ser ofertado por aquelas instituições que já estejam preparadas e, posteriormente, o Banco Central torne isso obrigatório para todas as instituições, assim como aconteceu com o Pix Agendado Recorrente", explicou o doutor Marcel.
Será possível limitar o valor ou desabilitar a função?
"Isso precisa ser uma opção do próprio pagador, ou seja, não vai ser obrigatório para aquele usuário comum fazer essa forma de pagamento. Isso é uma vantagem para um público-alvo que já está acostumado com os pagamentos por aproximação e que gosta de usá-los. Então esse usuário interessado vai poder habilitar uma opção específica no seu aplicativo de Internet Banking ou instituição de pagamento e vai ter que cadastrar a nova função".
Sobre o limite, o especialista explica que fica a cargo do usuário estabelecê-lo e usar as ferramentas de proteção:
"Naturalmente, o usuário vai se sujeitar aos limites de transação do Pix que já estão associados à sua conta. Mas, eventualmente, também é possível adicionar ali camadas de segurança. Você pode ter um limite mais baixo para fazer esse tipo de pagamento, ser necessário confirmar a ação com senha e bloquear a ação se o valor superar uma determinada alçada que o próprio cliente estabeleça".
Que cuidados os usuários que habilitarem a função nos celulares devem adquirir?
"Essa pergunta casa bastante com as novidade que o Pix vai receber ainda nesta semana, a partir de 1º de novembro. Então, é uma questão de mudança cultural e precisa ser intensificado a questão educacional", disse o Mascarenhas.
"O usuário tem que estar atento! Não deixar o seu celular exposto, não ostentar o celular transitando na rua ou carro. Mas também proteger o seu celular com senhas fortes ou com requisitos de abertura mediante reconhecimento digital ou facial. Se ele quer ter a opção de fazer esses pagamentos, deve usar um celular mais frequente para sair de casa, deixando os aplicativos em aparelhos diferentes. Enfim, as pessoas estão criando seus próprios jeitos de se proteger porque a criminalidade ainda é bastante intensa".