Os pernambucanos receberam de forma positiva o adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio por conta do coronavírus. Apesar do sonho olímpico ficar suspenso, os competidores compartilham a opinião que agora a prioridade é combater a pandemia. A marchadora Érica Rocha, única atleta local classificada para o evento mais importante do mundo, lamentou o adiamento, mas reforçou que esta foi a melhor decisão tomada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).
De acordo com a atleta, conciliar o alto nível do treinamento com o isolamento domiciliar estava muito difícil. "Estou muito triste. São anos de treinamento para essa competição. É a competição mais espera entre os atletas. Então eu como atleta fico muito triste em saber que já não vamos ter essa competição esse ano. Porém como ser humano, a decisão tomada pelo COI de adiar os Jogos Olímpicos foi correta. Tem muito atleta sem poder treinar. No caso da marcha atlética, a gente consegue adaptar e treinar na esteira, mas existem outras modalidades que não conseguem treinar em casa", argumentou. "É algo que realmente complicou muito. Agora é voltar e planejar tudo de novo. Temos mais um ano para treinar. Vamos esperar para ver se temos mais competições ou se voltamos tudo para o próximo ano", completou a marchadora.
Já a nadadora Etiene Medeiros ressaltou a questão da saúde pública. "Sou a favor do adiamento dos Jogos. O mundo está gritando para uma outra situação, focada na saúde. Muita gente sem piscina e sem poder treinar, ou seja, sem conseguir seguir com os planos de treinamento. É um momento difícil que estamos passando. O planeta pede socorro. Pede para desacelerarmos. Reflitam sobre seus atos", comentou a pernambucana. Etiene é atualmente a melhor nadadora do País. A seleção da modalidade, porém, ainda não estava definida. A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos realizaria a seletiva dos Jogos no próximo mês de abril, mas a programação da entidade já havia sido cancelada.
Situação parecida encara a pentatleta Priscia Oliveira. Ela estava correndo contra o tempo para garantir a classificação olímpica. Por isso, acredita que o adiamento foi benéfico para todos. "Acho que foi bom. Era a decisão certa para ser tomada. Mas eles esperaram para ver se a situação se agravava. Eu tinha três competições e todas foram remarcadas para junho. Seria o mês todo competindo para depois disputar as Olimpíadas, em julho. Com essa transformação, vou ter tempo para treinar com calma, seguir o planejamento. A preparação para uma Olimpíada não é algo que dura um mês ou dois. Por exemplo, em janeiro eu estava treinando pesado já", argumentou a pentatleta.