Os dois últimos episódios envolvendo ações criminosas de torcidas organizadas no Recife levaram algumas autoridades do Estado a marcarem reunião para esta terça-feira (24). Além do juiz do Juizado Especial Cível e Criminal do Torcedor (JETEPE), Flávio Pontes, participam também o delegado Paulo Moraes, da Delegacia de Repressão à Intolerância Esportiva, e o major da PM André Leite. Eles pretendem analisar melhor os acontecimentos recentes e traçar medidas para tentar coibir a ação das organizadas.
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No último sábado, após jogo entre Náutico e Juventude, pela Série B, torcedores que se intitularam, diante de testemunhas, como da Torcida Jovem invadiram a sede do time alvirrubro. Apesar de a ação ter sido curta, o rastro de destruição foi vasto. O portão arrancado, vidraças quebradas e até carros.
Outro incidente ocorreu na tarde desta segunda-feira (24), na Avenida Conde da Boa Vista, uma das mais movimentadas do Recife. Provavelmente em resposta à ação da Jovem no sábado, integrantes da Fanáutico, segundo testemunhas, marcharam em direção à sede da Torcida Jovem, na Avenida Guararapes, destruindo paradas de ônibus e soltando rojões.
Ao chegarem de frente ao endereço da facção rival, lançaram barrotes de madeira e muitos fogos. A ação foi rapidamente dispersada por policiais do 16º BPM, que levaram cinco envolvidos para a Central de Plantões.
"Falei com o delegado Paulo Moraes, para saber com mais profundidade das informações sobre o que aconteceu no sábado e, hoje, tivemos esse novo episódio, né? Vamos nos reunir para avaliar o que aconteceu e traçar medida de combate. Mas a gente vai tomando medidas, não podemos aceitar isso", disse o juiz Flávio Pontes.
O juiz ainda destacou o quanto as duas últimas ações envolvendo organizadas no Recife surpreenderam as autoridades. "Ninguém esperava, né? Estamos em meio a um pandemia, em jogos sem torcida. Creio que pegou todo mundo de surpresa", opinou.
IMAGENS
As imagens da ação dos possíveis integrantes da Torcida Jovem na sede do Náutico já estão de posse da polícia civil. O delegado Paulo Moraes, portanto, vai tentar fazer a identificação dos envolvidos nos próximos dias.
O vandalismo cometido pela facção se enquadra no crime de dano, do Código Penal. A pena é de um a seis meses de prisão e multa. Também está no Estatuto do Torcedor, com pena de um a dois anos de reclusão e multa.
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