AFP - O ex-jogador de futebol brasileiro Ronaldinho Gaúcho, em prisão domiciliar no Paraguai, poderia deixar o país na próxima semana depois da decisão da promotoria de suspender as investigações contra ele por uso de passaporte paraguaio com conteúdo falso, informaram fontes judiciais à AFP nesta sexta-feira (7).
Uma junta de quatro promotores paraguaios recomendou ao juiz encarregado do caso a "suspensão condicional de prova" com a condição de que pague a quantia de 90.000 dólares para reparar os danos causados, antes do estabelecimento de domicílio no Brasil e comparecimento perante um juizado do país a cada três meses no período de um ano.
O magistrado à frente do caso, Gustavo Amarilla, disse à imprensa local que examinará na segunda-feira o relatório do promotor antes de convocar Ronaldinho e seu irmão, Roberto de Assis Moreira, para impor-lhes as penas. Os dois completaram nesta sexta-feira cinco meses de prisão, quatro em reclusão domiciliar em um hotel de quatro estrelas no centro de Assunção.
O ex-craque do Grêmio, Barcelona, Paris Saint Germain e Milan, entre outros clubes, se recusou a falar com a imprensa, mas falou uma única vez com jornalistas do jornal local ABC. "Não se detectou nenhum elemento que comprove que Ronaldo de Assis Moreira tenha tido participação direta no planejamento para a obtenção de documentos irregulares, o que não o exime de responsabilidade", sugere o informe da promotoria.
A expectativa da pena de privação de liberdade para o pentacampeão do mundo é de dois anos e recomenda-se que seja submetido a um período de testes de um ano "para dar satisfação sobre o delito cometido". O petitório se estende a Roberto de Assis Moreira, a quem se atribui a responsabilidade na obtenção dos passaportes utilizados em sua entrada em Assunção em 4 de março.
Ronaldinho foi ao Paraguai atender a uma agenda com uma fundação de assistência a crianças pobres do interior do país e inaugurar um cassino administrado por um empresário brasileiro.