O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou os protestos contra a violência policial realizados por times de elite de basquete e acusou a NBA de ter se tornado uma organização política. O presidente ainda falou que não tem muito conhecimento sobre o movimento e aproveitou o espaço para dizer que a NBA se tornou desinteressante para o público.
"Não sei muito sobre o protesto da NBA. Sei que sua audiência tem sido muito ruim porque acho que as pessoas estão um pouco cansadas da NBA", disse Trump à imprensa em Washington. "Eles se tornaram uma organização política e isso não é bom", acrescentou.
As críticas do presidente se referiam ao boicote promovido pelos jogadores da NBA aos jogos da rodada de quarta-feira, em protesto contra o racismo e a violência policial contra cidadãos negros no país, um assunto que veio à tona nesta semana após os sete tiros disparados por policiais nas costas de Jacob Blake, um homem negro, de 29 anos, no estado de Wisconsin.
Indignados pelo ataque a Blake, baleado diante dos filhos, em um novo episódio da brutalidade policial contra a população negra nos Estados Unidos, o Milwaukee Bucks, equipe que representa justamente o estado de Wisconsin onde ocorreu a agressão, foi o primeiro a boicotar a jornada ao não ir à quadra do complexo esportivo da Disney World para a quinta partida de sua série da primeira fase dos playoffs contra Orlando Magic.
Esta decisão gerou uma reação em cadeia envolvendo outras franquias que deveriam jogar no mesmo dia, forçando o adiamento dos confrontos entre Houston Rockets e Oklahoma City Thunder e entre Los Angeles Lakers e Portland Trail Blazers.
Mais cedo, Jared Kushner, genro e conselheiro do presidente dos Estados Unidos, ironizou os jogadores da NBA, ao afirmar que eles "se dão ao luxo" de protestar contra o racismo e a brutalidade policial com um boicote à competição. "Os jogadores da NBA (...) eles podem se dar ao luxo de tirar, sabe, uma noite de folga do trabalho", disse Kushner em entrevista ao site Politico.