TÓQUIO-2020

Comitê não descarta cancelamento de última hora da Olimpíada. Entenda

Às vésperas dos Jogos Olímpicos, o aumento no número de casos de covid-19 pode impedir a realização do evento

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Estadão Conteúdo

Publicado em 20/07/2021 às 14:25 | Atualizado em 20/07/2021 às 22:27
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Em meio a vários casos confirmados de covid-19 entre os participantes dos Jogos Olímpicos de Tóquio, o chefe do comitê organizador da competição, Toshiro Muto, não descartou nesta terça-feira (20) a possibilidade do cancelamento da Olimpíada se o número de infectados aumentar. A cerimônia de abertura do evento acontecerá às 8h desta sexta-feira (23). No entanto, as disputas esportivas já vão começar nesta terça e quarta, com jogos de softbol e futebol.

Muto foi questionado durante coletiva de imprensa se os Jogos ainda poderiam ser cancelados em meio à alta do número de casos da covid-19. O chefe do comitê afirmou que ficará atento ao número de novos infectados e, caso necessário, manterá contato com os demais organizadores.

"Vamos continuar as discussões se houver aumento nos casos. Nesse momento, os casos de coronavírus podem aumentar ou diminuir. Então vamos pensar sobre o que devemos fazer quando a situação surgir", disse Toshiro Muto.

A competição também não contará com a presença de representantes dos principais patrocinadores do evento, que não querem se vincularem aos Jogos Olímpicos durante o atual momento da pandemia no Japão. Mesmo a organização não sofrendo financeiramente com a atitude dos patrocinadores, futuras relações comerciais poderão ser afetadas.

Preocupação do COI

Ainda nesta terça-feira, o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, afirmou que teve muitas dúvidas sobre a realização dos Jogos de Olímpicos e passou noites sem dormir pensando no assunto. Durante reunião em Tóquio, Bach disse que não revelou publicamente suas dúvidas para não "jogar lenha na fogueira" dos medos e questionamentos sobre os Jogos.

"Isso hoje eu posso admitir e dizer que também pesou sobre nós, pesou sobre mim. Imagine por um momento o que significaria se o líder do Movimento Olímpico, o COI, tivesse acrescentado às já muitas dúvidas em torno dos Jogos Olímpicos, se tivéssemos jogado lenha nesta fogueira...", contou o presidente do COI.

"Como todas as outras pessoas no mundo, não sabíamos, eu não sabia, o que o futuro nos reservaria. Alguns perguntaram por que não expressamos essas dúvidas. Alguns interpretaram isso até mesmo como um sinal de que avançamos cegamente a qualquer preço. Nossas dúvidas poderiam ter se tornado uma profecia autorrealizável. Os Jogos Olímpicos poderiam ter se despedaçado. Por isso, tínhamos que guardar essas dúvidas para nós", explicou Bach.

Casos de covid-19

Em levantamento com novos casos de covid-19 divulgado pela organização da Olimpíada de Tóquio, foi notificado que 71 pessoas testaram positivo para o novo coronavírus. O número inclui 31 pessoas que foram ao Japão para competir ou trabalhar na competição.

Um dos 13 novos casos adicionados ao total oficial inclui um "pessoal preocupado com os Jogos" - uma categoria que inclui oficiais de equipe e funcionários de esportes - em Tóquio, que não está hospedado na Vila Olímpica.

Outros casos recentemente relatados espalhados pelo Japão incluem empreiteiros dos Jogos e um voluntário, cujas identidades não foram reveladas. Os últimos casos entre atletas foram de uma ginasta americana e um jogador de vôlei de praia checo, adicionados nesta terça-feira à contagem oficial de pessoas credenciadas para as Olimpíada, que tiveram resultado positivo para covid-19 este mês. Eles estão isolados.

 

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