O presidente do Santa Cruz, Antônio Luiz Neto, cedeu entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (23). No estádio do Arruda, o mandatário coral se pronunciou publicamente após a entrada do clube com um pedido de recuperação judicial.
Ao lado seu lado, o advogado Eduardo Paurá também participou da coletiva, esclareceu pontos dos bastidores judiciais do Tricolor e citou a possibilidade de aderir à SAF (Sociedade Anônima de Futebol).
"Temos ouvido diversas opiniões e conversado sobre qual é o modelo (de SAF) mais adequado. Eu diria que só quem está aqui, no olho do furacão, dentro do clube, é que reúne o conjunto de informações necessárias para tomar uma decisão tão difícil. O presidente, desde o início, tem tido muita responsabilidade para definir que caminho tomar. Muitas vezes as respostas não vem de imediato, com tanta facilidade, como os comentaristas de plantão sugerem", disse.
O advogado detalhou a tomada de decisão pela recuperação judicial e citou benefícios que o Santa Cruz terá.
"O fato é que não vislumbrávamos mais alternativas para represar o passivo de um lado e poder conversar com tranquilidade com os credores. [...] O ambiente da recuperação gera maior transparência, maior segurança jurídica para os seus investidores, porque se fizerem um investimento, ele será protegido e não será contaminado pelo passivo", explicou Paurá.
Antônio Luiz Neto ressaltou a importância de se precaver quanto à instauração de uma SAF no clube e se mostrou preocupado com a sensação da torcida de que esta mudança é a salvação dos problemas do Santa.
"É preciso saber o que é uma SAF. O presidente precisa saber o que está fazendo. Imagine o torcedor humilde do Santa Cruz, que está no seu celular ouvindo o zum-zum-zum de SAF. Que SAF é salvação, que é isso, que é aquilo, e vendo seu clube na Série D, em uma situação terrível.
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Ao explicar a respeito do pedido pela recuperação judicial, o mandatário utilizou de uma metáfora para se referir à situação em que o Santa Cruz se encontra.
"A decisão de fazer a recuperação judicial é para permitir ao Santa Cruz ser respeitado na hora de uma negociação. Permitir ao interlocutor saber que não está entrando em um negócio temerário, porque foi nisso que tornaram o Santa Cruz. E fizeram de propósito, viu? Levaram o Santa Cruz à bancarrota, para sair como banana podre do mercado da Encruzilhada, de graça", disse o presidente.