Após o rebaixamento irreversível para a Série C, toda a Diretoria de Futebol do Náutico renunciou aos seus cargos.
O anúncio oficial foi feito na tarde desta segunda-feira (17), em coletiva de imprensa realizada no auditório dos Aflitos.
Com isso, saem do clube o vice-presidente de futebol José Barbosa e os diretores Eduardo Belo, Roberto Selva e Gilberto Correia.
"A diretoria de futebol colocou os seus cargos à disposição e nós aceitamos. A gente está em um processo de remontagem da diretoria. Se olhar para trás, tem muita coisa da qual a gente se arrepende. Faltou convicção esse ano, as ações foram mais impetuosas do que pensadas", disse o presidente Diógenes Braga.
Apesar das críticas e pedidos da torcida, ele permanecerá no comando do cargo executivo do Timbu. Ele assumiu a função no início deste ano.
"Eu vou continuar. A minha renúncia não vai acontecer. Eu tenho todo um grupo que confia em mim. Que a gente refaça o que está dando errado. O planejamento não é da presidência, mas da diretoria. A gente vai refazer a diretoria", complementou Diógenes.
Nem o mais pessimista dos alvirrubros imaginariam um desfecho semelhante no final desta temporada. Após bater na trave da Série A no ano passado, quando chegou a liderar a Série B e conseguir o recorde de invencibilidade da segundona (foram 14 jogos), as expectativas eram grandes para 2022.
O que se viu, no entanto, foi diferente. A equipe até conseguiu o bicampeonato pernambucano, mas apenas nos pênaltis, contra o jovem time do Retrô, que chegava à sua primeira decisão.
Eliminado na primeira fase da Copa do Brasil para o modesto Tocantinópolis, o Timbu foi longe na Copa do Nordeste e chegou à semifinal. Acabou caindo para o poderoso Fortaleza, que viria a ser o campeão.
Nesta Série B, foram 24 rodadas na zona de rebaixamento, em 34 partidas disputadas. Só na lanterna, foram 12 vezes, uma sequência amarga.
O reflexo da campanha tenebrosa se refletiu nos atritos entre a torcida, elenco e diretoria. Foram inúmeros os casos de tentativa de invasão aos vestiários dos Aflitos, gerando críticas públicas do ex-técnico Hélio dos Anjos à diretoria.
O clima também esquentou de dentro pra fora, mas com os atletas. No último jogo no Recife, quando venceu a Tombense por 4x3, o volante Richard Franco chegou a atirar um copo de água em direção a um torcedor.
Internamente, a situação também não era das melhores. O meia Jean Carlos, ídolo da torcida, chegou a ser colocado no banco de reservas pelo técnico Elano - um dos quatro que comandou o Timbu neste ano -, gerando críticas da torcida.
Em um jogo, os dois acabaram tendo uma discussão ferrenha no meio da partida, ganhando horas de debate no noticiário local.