Há menos de duas semanas da estreia no Campeonato Pernambucano, o Náutico já anunciou dez contratações para a próxima temporada. Os reforços chegaram ao clube após uma reformulação no elenco e restruturação do departamento de futebol alvirrubro.
Presidente do Timbu, Diógenes Braga concedeu entrevista exclusiva ao Jornal do Commercio. Entre os assuntos abordados, o mandatário comentou as mudanças que o departamento de futebol sofreu após o rebaixamento para a Série C.
"As mudanças foram necessárias. Eu entendo que o futebol é muito, muito dinâmico e tem ciclos. E essa questão cíclica, principalmente quanto ao elenco, creio que chegou a uma necessidade de renovação. Em 2018, a gente montou um elenco praticamente do zero. Tínhamos um desenho de departamento de futebol em que ele mudou pouco. Houve uma evolução, mas com esse elenco sempre mantendo uma base para o ano seguinte. Até que chegou o momento em que se perdeu aquele espírito inicial que se tinha em 2018, quando os atletas olhavam para o clube o enxergando como uma grande oportunidade e tendo uma condição de retribuição muito grande pelo que lhes estava sendo proporcionado. Na minha visão, isso foi um fator muito forte entre os que levaram ao rebaixamento neste ano", admitiu o presidente.
Anteriormente peça ativa do futebol do Náutico, Diógenes admitiu ter se distanciado do departamento ao assumir a presidência do clube. Segundo ele, os compromissos do novo cargo não o permitem se manter presente no futebol.
"Essa remontagem estrutural do departamento foi necessária. De 2018 a 2021, eu era vice-presidente e acumulava a vice-presidência de futebol, então eu comandava o futebol do clube. Enquanto presidente, é impossível. Você não tem uma agenda que lhe permite frequentar o futebol no dia-a-dia. Eu vou presencialmente para todas as reuniões, representando o clube. Existem temas que eu entendo como temas da presidência e faço questão de estar presente, e não consigo marcar presença no futebol. Aí essa forma de acompanhamento do futebol mudou. Pela forma como foi 2022, a gente entendeu que precisava de uma modificação. Então surgiu a ideia de trazer um diretor remunerado, compondo a diretoria de futebol, para que houvesse uma pessoa no dia-a-dia, acompanhando todos os dias. Eu pude fazer isso quando estive a frente do futebol, tinha essa condição, e com a presidência, evidentemente não tenho. E nem pretendo. O clube possui inúmero departamentos que demandam muita atenção e, em vários momentos, mais do que o futebol", detalhou.
Além da restruturação do departamento, o presidente do Timbu aposta em um resgate de antigas metodologias que surtiram efeito nos anos anteriores e foram deixadas de lado.
"Com o passar do tempo, houveram algumas coisas que nós abandonamos. Como análise de desempenho, alguns critérios para montagem de elenco, a atenção às divisões de base... Acho que a volta a esses pontos, que creio que foram extremamente importante para que nós tenhamos alcançados as conquistas dos últimos anos, talvez tenha sido mais importante até do que necessariamente a estrutura. O futebol não tem um regra básica, se você conversar com os clubes, eles possuem as mais diversas estruturas possíveis. É muito mais a forma, o caminho que você quer trilhar do que apenas a estrutura. O resgate das categorias de base, a volta dos critérios para contratar atletas, e a conversa clara com os jogadores para que eles entendam a grandeza do clube e que venham com compromisso, respeito, gratidão ao clube são fundamentais", concluiu Diógenes.