PÓS-COPA

Pia Sundhage deixa comando da seleção feminina

Sundhage, de 63 anos, tinha contrato até 30 de agosto de 2024

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AFP

Publicado em 30/08/2023 às 21:43
Pia Sundhage, treinador da Seleção Feminina de futebol
Pia Sundhage, treinador da Seleção Feminina de futebol - WILLIAM WEST / AFP

A treinadora sueca Pia Sundhage deixou o comando da seleção brasileira feminina de futebol, após o fracasso da equipe na Copa do Mundo da Austrália e Nova Zelândia, anunciou a CBF nesta quarta-feira (30).

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"Nos próximos dias, a CBF irá anunciar a nova comissão técnica, que iniciará o ciclo visando os Jogos Olímpicos Paris 2024 e a próxima Copa do Mundo de Futebol Feminino", em 2027, informou a entidade em comunicado.

Sundhage, de 63 anos, tinha contrato até 30 de agosto de 2024, ao final dos Jogos de Paris, para os quais o Brasil se classificou ao chegar à final da Copa América e conquistar o título sobre a Colômbia no ano passado.

Mas a queda na fase de grupos da Copa do Mundo, a última disputada pela lendária atacante Marta, acelerou a saída da treinadora.

Esta foi a primeira eliminação do Brasil na primeira fase do Mundial, apesar de uma chave que parecia acessível, com Panamá, França e Jamaica.

"Pia trouxe também, nesse período de 2019 até aqui, um trabalho que, para a CBF e para o futebol brasileiro como um todo, foi muito importante. Desejamos a ela, em seus novos desafios, todo o sucesso", disse o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, citado no comunicado.

MAU DESEMPENHO 

Sundhage foi muito questionada pelo mau desempenho da seleção, que domina o futebol na América do Sul, mas não estava entre as favoritas ao título mundial. Também por sua demora em fazer modificações durante os jogos.

Embora tenha recebido respaldo público de algumas jogadoras, outras pareciam não aprovar sua continuidade no cargo.

"Se tem alguém com mais condições, com mais qualidade, o futebol feminino merece", disse a capitã Rafaelle após a eliminação.

Um dos primeiros ícones do futebol feminino e primeira estrangeira a comandar a seleção brasileira, Sundhage assumiu a equipe após a derrota para a França nas oitavas de final da Copa do Mundo de 2019.

Seu currículo trouxe esperanças: com os Estados Unidos, foi vice-campeã mundial em 2011 e medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 2008 e 2012.

CONSOLIDAÇÃO DA EQUIPE 

Desde o início de seu trabalho, surgiu a ideia de que a seleção se consolidaria como equipe, se renovaria e deixaria de depender dos talentos das veteranas Marta, Formiga e Cristiane.

Sundhage conseguiu empolgar em alguns momentos, especialmente ao vencer a Copa América-2022, seu único título pela equipe, com várias peças novas e sem Marta.

Mas também teve seus fracassos, além da eliminação no Mundial.

Em sua estreia em uma competição oficial, nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, o Brasil caiu para o Canadá nas quartas de final, sem poder igualar o quarto lugar conquistado no Rio, em 2016.

Sundhage também deu o que falar fora dos gramados.

Ela compensou com carisma sua dificuldades em aprender o português compartilhando em suas redes sociais vídeos bem-humorados sobre sua vida no Rio de Janeiro.

Em uma entrevista à AFP, antes dos Jogos de Tóquio, ela afirmou que encarava a seleção brasileira como mais uma "aventura" de sua "viagem fantástica" no esporte. Uma "aventura" que termina hoje.

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