O Náutico conseguiu prorrogar por mais 180 dias a suspensão de ações e execuções contra o clube, dentro do processo de Recuperação Judicial.
O prazo anterior expirava nesta quarta-feira (20), quando se completavam seis meses da concessão da liminar, em 21 de março deste ano.
O pedido do clube foi aceito pelo juiz Adriano Mariano de Oliveira. Além da suspensão de execuções, também estão suspensos leilões de imóveis do clube, como a sede social e a garagem de remo.
ENTENDA A RECUPERAÇÃO JUDICIAL DO NÁUTICO:
O processo de recuperação judicial é um meio normalmente adotado por empresas para evitar que elas sejam levadas à falência no Brasil. Isso permite a renegociação de dívidas e preservação de alguns ativos. Um caso similar ocorreu com as lojas Americanas, por exemplo.
Para clubes de futebol, consiste em alguns casos um passo para a constituição de SAF (Sociedade Anônima do Futebol). O Cruzeiro, que hoje é SAF, já entrou com recuperação judicial. Em Pernambuco, o Santa Cruz fez o mesmo caminho.
COMO ANDAM OS PAGAMENTOS:
Em junho, o Náutico apresentou seu plano de pagamento a credores. O clube optou por não estipular um valor linear de deságio, negociando de forma diferente as causas trabalhistas, as referentes à classe quirografária (dívidas comerciais, civis e de natureza residual) e as com microempreendedores e empresas de pequeno porte.
Para os processos trabalhistas, que representam 49,5% do valor total das dívidas, com 572 causas, o Náutico propôs o pagamento de 100% das verbas salariais, além de 10% dos valores referente a direito de imagem, horas extras e premiações.
O teto para cada processo é de 150 salários-mínimos. Valores referente a multas, juros, correção monetária, luvas e outras indenizações foram excluídos.