A seleção brasileira feminina de handebol se despediu nas quartas de final dos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Nesta terça-feira, no Estádio Pierre-Maurroy, na Arena 6 Paris Sul, a equipe verde e amarela sofreu com a forte marcação da Noruega, permitiu muitos contragolpes e acabou eliminada sem impor resistência, com derrota por 32 a 15.
Depois de sequer passar de fase nos Jogos de Tóquio, disputados em 2021, desta vez ao menos as brasileiras superaram Espanha e Angola na primeira fase e se garantiram entre as oito melhores. Mas encarar as seleções de países escandinavos na modalidade não costuma ser fácil. A prova é que a Noruega terá a Dinamarca em uma semifinal, enquanto a Suécia vai encarar a forte França, que defende seu ouro, na outra.
O Brasil entrou em quadra diante das fortes europeias, medalha de bronze nos Jogos de Tóquio, disputados em 2021, apostando na força de seu conjunto, sobretudo na defesa, e nos milagres da goleira Gabi Moreschi - defendeu um tiro de sete metros logo no começo. Mas a missão era inglória e as favoritas não demoraram a abrir 4 a 1 aproveitando a punição de dois minutos a Jhennifer. Jéssica Quintino havia empatado por 1 a 1.
Sofrendo até para finalizar, o Brasil levou mais um gol, obrigando o técnico Cristiano Rocha a pedir tempo. Cobrou melhor posicionamento defensivo e confiança na frente. Depois de um bom tempo, Ana Cláudia conseguiu anotar o segundo brasileiro. Mas a Noruega era mortal na frente e abriu 7 a 3 com Solberg pela esquerda. Hastad e Kristensen fizeram o oitavo e o nono em contra-ataques.
As brasileiras estavam precipitadas nas finalizações. Foram quatro defesas da goleira norueguesa em sete chutes da seleção nacional. A etapa inicial chegou com as favoritas com sete gols de vantagem no placar: 10 a 3.
Bruna reduziu para 12 a 5, com o Brasil já rotacionando toda a sua equipe e até com Moreschi descansando após sentir dores no joelho. Em momento de instabilidade, a Noruega errou em três ataques seguidos, com duas bolas na trave e uma falta e o Brasil não aproveitou.
Com produção pífia no ataque (apenas 40% de aproveitamento nos arremessos) e pouca velocidade diante de paredão norueguês, as brasileiras foram para o intervalo com somente 8 gols anotados. E com desvantagem gigante para tirar após serem vazadas 16 vezes.
FRACA REAÇÃO
Necessitando de reação, o Brasil voltou para o segundo tempo com sete jogadoras na linha e sem goleira. Não conseguiu anotar e ainda levou, de longe. Bitolo deu a resposta. O reflexo do jogo: as brasileiras sofriam para colocar a bola nas redes e eram facilmente vazadas. A vantagem da Noruega chegou a dez gols: 19 a 9.
Em menos de um minuto, a seleção brasileira levou três gols, com 22 a 11 no placar e com a norueguesa Herrem fazendo graça na finalização cara a cara. O jogo virou um treino de luxo. O Brasil chegou na metade da etapa final com somente três gols anotados.
Foram 12 minutos sem um gol sequer do Brasil, até Jhennifer anotar o 12º. Os 10 minutos finais vieram com as europeias "treinando" suas reservas e com o Brasil tentando reduzir o placar vexatório. Mas a diferença técnica era gritante e, mesmo sem as titulares, a Noruega ainda manteve-se ofensiva, fechando a classificação com tranquilos e imponentes 32 a 15.