Advogada de Dal Pozzo diz que o contrato com o Náutico jamais foi para treinar Sub-23

Saída de Gilmar Dal Pozzo do comando do time principal do Náutico segue repercutindo
Lucas Holanda
Publicado em 18/08/2020 às 13:11
Gilmar Dal Pozzo deixou o comando técnico do Náutico. Foto: BOBBY FABISAK/JC IMAGEM


A saída do técnico Gilmar Dal Pozzo do futebol profissional do Náutico segue repercutindo. Na manhã dessa segunda-feira, o presidente do clube, Edno Melo, conversou com a Rádio Jornal e disse que o assunto já está no passado. Vale lembrar que, de acordo com o Timbu, o treinador não foi demitido, mas sim deslocado para o sub-23, pois no contrato está escrito que ele é técnico do Náutico, não especificamente do futebol profissional.

"Esse assunto já é superado pelo clube, mas só para deixar de maneira bem clara e objetiva: Gilmar tem contrato até dezembro e na quarta-feira foi feito contato com ele para que fosse feito a troca do comando do time profissional de maneira amigável, com uma rescisão amigável. Caso ele não quisesse, não teria problema, a gente iria mantê-lo na folha e manter o contrato dele. Gilmar tem uma certa dificuldade de terminar as relações. E a gente entendeu que naquele momento no futebol profissional a gente teria que ter uma troca de comando”, disse Edno Melo, em entrevista à Rádio Jornal.

No entanto, a defesa do treinador rebateu o discurso do presidente Edno Melo. Em entrevista ao programa Fórum Esportivo, da Rádio Jornal, a advogada de Gilmar Dal Pozzo, Mariju Maciel, afirmou que ela e o cliente foram surpreendidos com essas ações do Náutico, onde ela define como manobras, reforçando que o treinador foi demitido no dia 12 de agosto, um dia depois da partida contra o Operário, onde o Timbu ficou apenas no 1 x 1, pela segunda rodada Série B. Segundo ela, a assessoria do Alvirrubro chegou até a mandar mensagem para o ex-comandante com o texto que seria publicado pelo clube sobre o assunto.

"Na realidade a gente foi surpreendido por toda essa manobra do Náutico eu posso chamar assim. Porque no dia 12 o Gilmar foi efetivamente despedido. O Gilmar recebeu inclusive mensagem de dirigentes do clube lhe desejando boa sorte nos próximos clubes da sua vida. Isso é público e notório até porque todos os atletas foram reunidos para a despedida do Gilmar. Temos mensagens inclusive do assessor de imprensa do Náutico mandando ao Gilmar o texto que seria publicado da despedida dele, para saber se ele estava de acordo. Temos o vídeo já divulgado da despedida, e a única leitura que conseguimos fazer é que o Náutico, quando se deu conta da multa, tenta reverter o irreversível", disse Mariju, reforçando que ela e Dal Pozzo estão tranquilos com o caso, aguardando o pagamento das parcelas rescisórias.

"Estamos tranquilos, o Gilmar é um cara muito honesto, muito correto e não esperava que o Náutico tivesse uma atitude dessa com ele. De qualquer forma, estamos esperando os dez dias legais para o pagamento das parcelas rescisórias e, caso isso não aconteça, as medidas legais serão tomadas", disse a advogada do ex-técnico do Náutico.

CONTRATO

De acordo com Mariju Maciel, o contrato de Gilmar Dal Pozzo jamais foi feito para que o treinador comandasse o sub-23 do Náutico. Além disso, a advogada definiu a nota publicada pelo Náutico como um absurdo e, contrariando o discurso do presidente Edno Melo, afirmou que a multa do ex-técnico do Timbu não é proporcional ao tempo restante de contrato, mas sim de forma integral, como aponta o contrato, segundo Mariju.

"Vi a nota e isso é o maior absurdo. Nunca um técnico de equipe principal ser rebaixado para equipe Sub-23 o que o Náutico nem tem. O que o Náutico tem hoje é o que chamamos de renegados, os atletas que o Náutico não quer mais no seu plantel e afasta. Não há campeonato Sub-23 acontecendo, não há uma equipe Sub-23. O Gilmar foi contratado para a equipe principal, o seu contrato prevê premiações pela equipe principal e não há a menor chance de fazer esse entendimento. mas infelizmente essa é oposição do náutico e a gente vai, se necessário, defender a nossa tese", afirmou a advogada, que completa afirmando que o contrato do treinador não era para o sub-23.

"É importante que eu te diga assim o contrato do Gilmar foi jamais para treinar qualquer equipe Sub-23, até porque mais uma vez se ressalta que o contrato tem premiações de equipe principal. Tive conhecimento inclusive que o presidente havia dito que a multa era Pro Rata (proporcional ao tempo restante de contrato), e o contrato é especifico que a cláusula é integral. Então de forma que todos e quaisquer programações de Sub-23 ela é absurda. Em relação ao contrato, ele é um contrato padrão CBF e que não conheço nem tive conhecimento na história de algum treinador de equipe principal ser rebaixado para alguma categoria de base. E posso garantir que o Gilmar não será o primeiro", disse a advogada.

Por fim, ela ainda dá mais detalhes sobre essa situação do contrato de Dal Pozzo com o Náutico. De acordo com Mariju, não existe essa possibilidade de alteração. "A equipe que o Gilmar foi contratado é a equipe profissional. Não há possibilidade de alteração. Isso é fato público e notório. Não existe no contrato uma possibilidade de alteração da equipe indicada. Efetivamente a equipe indicada foi o profissional", disse a advogada,

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