Dívidas

Náutico: Ex-presidente rebate acusações e diz não acreditar em fim da dívida com Olivera

Em entrevista à Rádio Jornal, Paulo Wanderley se defendeu das acusações do empresário do atacante uruguaio Olivera e alegou que não crê que a dívida de quase R$ 1,2 milhão foi paga

Klisman Gama
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Klisman Gama
Publicado em 28/09/2020 às 20:15 | Atualizado em 29/09/2020 às 2:36
GUGA MATOS/ACERVO JC IMAGEM
Alvirrubro devia, aproximadamente, R$ 1,2 milhão ao atacante uruguaio, que passou pelo clube em 2013 e não deixou saudade - FOTO: GUGA MATOS/ACERVO JC IMAGEM

O caso Olivera ainda repercute, após a acusação do empresário do atleta, Miguel Gareppe, na última sexta-feira (25), alegar que a gestão que comandava o Náutico em 2013 teria fraudado a assinatura dele e do centroavante uruguaio em recibos que apontariam o pagamento dos valores devidos pelo Timbu. O presidente da época, Paulo Wanderley, concedeu entrevista na Rádio Jornal e deu sua versão do caso. O ex-mandatário alvirrubro, que hoje é terceiro vice-presidente da Federação Pernambucana de Futebol, alegou que sua gestão não fez esse tipo de negociação, gerando um documento de um valor acima e efetuando o pagamento de um valor menor. Ele também mencionou que irá tomar as medidas cabíveis contra o agente do atacante, por calúnia e difamação. Além disso, também criticou a atual gestão do Náutico, dizendo não acreditar que a dívida de R$ 1,189 milhão foi quitada pelo clube, e que espera o balanço do próximo ano para saber de onde saiu o dinheiro para pagar o débito.

Vale lembrar que Olivera e seu empresário acionaram o Náutico na Fifa em 2015, e lá foi que afirmaram ter acontecido a possível falsificação dos recibos, que foram apresentados como prova pelo Timbu dos pagamentos do salário em carteira e direitos de imagem referentes os quatro meses de salários cobrados pelo atleta, de setembro a dezembro de 2013. O acordo anterior era para o jogador permanecer no Alvirrubro até maio de 2014, mas foi rescindido e teve a assinatura efetuada na gestão do ex-presidente Glauber Vasconcelos. Confira a entrevista concedida por Paulo Wanderley ao repórter Tiago Morais, da Rádio Jornal, sobre o caso.

 

Acordo por dívida inicial

São duas situações. A primeira é quando Miguel Gareppe fala sobre a proposta do ex-diretor Alexandre Homem de Melo de quitar a dívida do Olivera que, segundo ele, era de R$ 200 mil, por R$ 80 mil. Como é feita hoje uma rescisão? Você coloca tudo que o funcionário tem direito e a empresa tenta fazer um acordo com o funcionário. Quando é acordo, se vê quanto ele tem direito e se faz uma proposta. Aceitando, homologa na Justiça e está resolvido o problema. O que foi feito pelo Alexandre foi uma proposta. A dívida era de R$ 200 mil e ser paga por R$ 80 mil, Olivera assinava o recibo que estava recebendo os R$ 80 mil e quitava a dívida. Esta foi a situação proposta do Alexandre. Nunca se propôs que o atleta assinasse um recibo de R$ 200 mil e recebesse R$ 80 mil. Isso é desonestidade. E eu posso ter todos os defeitos na minha vida, agora desonesto eu não sou e meus diretores não o foram. E não sou porque não há necessidade disso. Toda nossa gestão está lá, foi auditada pelo meu sucessor e nunca encontraram nada de errado na nossa gestão. O que quero a dizer é que o Alexandre propôs a quitação das verbas do Olivera por um valor a qual ele assinava e quitava as verbas. Normal, qualquer empresa faz isso.

Recibo citado pelo empresário

Segundo ponto, é sobre um recibo que segundo ele, no valor de R$ 500 mil, com assinatura falsa do Olivera e dele. Quando saí em 2013, contrataram uma empresa de auditoria chamada BDO, que dizem ser uma das quatro maiores do mercado. Vasculharam minha gestão de cima a baixo. E como que uma empresa como a BDO, conhecida no mercado e muito boa, não encontra um recibo como este? E de repente este recibo aparece? Nós não acertamos nada com o Olivera, até porque ele não aceitou a proposta feita por Alexandre, então não existe a menor possibilidade de existir qualquer recibo quitando qualquer coisa na nossa gestão. Pelo contrário, esse acordo foi feito na gestão que me sucedeu, inclusive, amplamente divulgado na imprensa com fotos. O recibo, se existe, se é falso ou qualquer coisa, não foi feito dentro da nossa gestão. Que fique isso muito claro.

Má relação com o empresário

Miguel Gareppe foi o mesmo empresário de Acosta em 2006. quando o Náutico subiu para a primeira divisão e aí fez um pré-contrato com Acosta, pagou uma luva de R$ 200 mil reais na época e Acosta foi para o Corinthians. Aí o então presidente na época pediu para que ele devolvesse os R$ 200 mil, que eram parte da renovação do seu contrato. Ele não quis devolver, o empresário não quis devolver, e o Náutico teve que entrar com uma ação contra Acosta. E depois de vários anos monitorando a conta de Acosta, entrou um crédito na conta dele, o Náutico bloqueou esses R$ 200 mil e conseguiu recuperá-los. Só para se ter ideia do nível de pessoa que estamos lidando.

Dúvida sobre pagamento do débito

Você está vendo aí que os números eram de R$ 80 mil. E como eles conseguiram chegar à essa vultosa quantia de R$ 1,2 milhão de reais, aí só fazendo mágica. E também quero dizer que não acredito que o Náutico quitou isso. Ele disse, inclusive, que o Náutico quitou, e o Náutico não tem dinheiro para quitar R$ 1,2 milhão à vista. E o futuro vai dizer isso, porque vai ter que estar na contabilidade do clube e todo mundo vai saber como que foi quitada essa dívida e onde está realmente a verdade nesta história.

PODCAST

Veja mais sobre o Náutico e a disputa na Série B do Campeonato Brasileiro no podcast na Cara do Gol. O novo episódio tem a apresentação de Alexandre Costa e as participações de João Victor Amorim, Lilian Fonsêca e Marcos Leandro. Ouça mais programas no site da Rádio Jornal.

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