Um jogo que foi tratado da maneira que deveria ter sido. Como uma decisão. Cheio de desfalques, com jogadores indo para o sacrifício. Contra o líder do Grupo A e contra uma arbitragem muito ruim. Diante de todas as adversidades e um jogador a menos por mais de 70 minutos, o Santa Cruz bateu o Botafogo-PB por 3 a 0, no Arruda, na noite desta quinta-feira (12), com um protagonista improvável. Jeremias, que entrou no segundo tempo e marcou dois gols nos acréscimos. Uma vitória com a cara do Tricolor, que a trouxe para si na partida. Que lutou até o fim. Fôlego na briga pela classificação para a próxima fase da Copa do Nordeste.
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Com este triunfo, o Santa Cruz assumiu a terceira posição do Grupo B com 10 pontos. Ainda aguarda a situação de Vitória e Ceará na rodada para saber se permanece no G4 ao fim da sétima rodada.
Itamar Schulle surpreendeu na escalação, mandando uma equipe bem ofensiva para o jogo. Precisava da vitória e ir para cima do Botafogo-PB. Assim o fez, com um quinteto formado por Didira, Chiquinho, Patrick, Victor Rangel e Pipico. O camisa nove, inclusive, estava buscando o jogo desde o começo, saindo da área, ajudando na criação e também finalizando. Com o Tricolor atrás do gol, logo ele saiu. Aos 19 minutos, em cobrança de escanteio, Pipico foi derrubado na área e o árbitro marcou pênalti. O artilheiro foi para a cobrança e converteu. Porém, daí em diante, o roteiro do jogo mudou drasticamente por conta da arbitragem ruim do cearense Léo Simão Holanda.
Primeiro aos 21, em lance que Didira chegou com o pé alto na disputa com Christianno, mas não atingiu o atleta do Botafogo-PB. Lance ríspido, que cabia o amarelo. O árbitro tirou o vermelho do bolso e expulsou o meia coral, para revolta dos tricolores. Daí em diante, o clima piorou. Ele deixou de marcar falta dura que Toty sofreu no meio-campo e, no decorrer da jogada, marcou outra a favor do Belo. Com muita reclamação por parte da comissão técnica do Santa, o preparador de goleiros do Tricolor acabou expulso. Em outro lance de reclamação, foi a vez de Itamar Schulle. Sem sair da área técnica, Léo Simão Holanda chamou a polícia para retirar o comandante do Mais Querido. Muita confusão e uma atmosfera desnecessária criada pela arbitragem.
O técnico do Botafogo-PB, Evaristo Piza, aproveitou que estava com um a mais, sacou o volante Wellington Cezar e colocou o atacante Dico. Porém, mesmo com a vantagem, o Belo se mostrou inoperante. Sofreu para criar jogadas e tinha a posse de bola, mas não levava perigo à meta de Maycon. Arriscou chutes de média distância, todos mandados para fora. O Santa ainda teve uma oportunidade com Pipico, de falta. Mas o atacante chutou por cima da meta.
O Botafogo-PB seguiu buscando o ataque. Insistiu nos dez primeiros minutos, mas novamente sem eficiência. Desta forma, o técnico tornou o time ainda mais ofensivo. Colocou mais dois atacantes na partida para tentar mudar o panorama. Com espaço, o Santa chegou a ter chance com Patrick, aos 10 minutos, que recebeu de Pipico pela direita, mas bateu por cima do gol.
Aos 16, em jogada individual, Victor Rangel carregou pela esquerda e bateu cruzado para grande defesa de Felipe. A resposta do Belo veio no minuto seguinte, com Everton Heleno. O volante arriscou da intermediária e Maycon Cleiton foi buscar no cantinho. Aos 22, Chiquinho arriscou de falta e a bola assustou o goleiro.
Aos 37, Maycon Cleiton fez uma defesa que valeu como um gol. Pimentinha cruzou pela esquerda e Dico cabeceou forte. O goleiro se recuperou no lance e salvou o Tricolor. Aos 39, o Santa respondeu. Júnior fez grande jogada pela esquerda e cruzou para Chiquinho, que bateu travado com a zaga e Felipe conseguiu defender no canto. A pressão do Botafogo-PB seguiu muito forte até o fim, com o Santa se defendendo da maneira que podia.
Aos 46, Chiquinho saiu na cara de Felipe, tentou driblar o goleiro e Felipe salvou. Tentou no rebote e o arqueiro pegou novamente. Mas a redenção veio para Jeremias. André puxou contra-ataque aos 47 minutos e lançou o meia. Com frieza, ele cortou o zagueiro e bateu no canto de Felipe. Ainda deu tempo de ampliar. Em outro contra-ataque, aos 49, Jeremias recebeu e bateu cruzado, de pé esquerdo, para balançar as redes mais uma vez. Tinha que ser suado. Tinha que ser na raça. Tinha que ser uma vitória com a cara do Santa Cruz.
Santa Cruz
Maycon Cleiton; Toty, Denilson, Feliphe Gabriel e Júnior; André, Chiquinho e Didira; Patrick (Jeremias), Victor Rangel (Tinga) e Pipico (Bileu). Técnico: Itamar Schulle
Botafogo-PB
Felipe; Léo Moura, Fred, Luis Gustavo e Christianno; Wellington César (Dico), Juninho (Pimentinha) e Everton Heleno; Cássio Gabriel, Rodrigo Andrade e Lohan (Lucas Simón). Técnico: Evaristo Pizza
Local: Estádio do Arruda. Árbitro: Leo Simão Holanda (CE). Assistentes: Jailson Albano da Silva e Renan Aguiar da Costa (ambos CE). Gols: Pipico, aos 19’ do 1ºT, Jeremias, aos 47' e 49' do 2ºT (STA). Cartões amarelos: Denilson, Toty, Maycon Cleiton, André, Pipico (SCZ); Cássio Gabriel, Dico, Luís Gustavo (BOT). Cartão vermelho: Didira (SCZ). Público: 5.230 pessoas. Renda: R$ 45.745.
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