REFORÇOS

Sem reforços, mas com duas caras novas no elenco, prioridade no Santa Cruz é quitar atrasados

Tricolor não contratou nenhum jogador nesse período de quarentena, porém, Schulle ganhou duas peças na reapresentação: Derlis Alegre e Adriano Napão

Filipe Farias
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Filipe Farias
Publicado em 19/06/2020 às 17:13
Foto: Felipe Jordão/JC Imagem
Itamar Schulle ainda aguarda pela contratação de atacantes de velocidade - FOTO: Foto: Felipe Jordão/JC Imagem

Aos poucos, o Santa Cruz vai se adaptando ao 'novo normal'. Mesmo sem poder praticar a rotina de antes da pandemia do novo coronavírus, o elenco tricolor vai se acostumando aos novos procedimentos aplicados durante os treinamentos no CT Ninho das Cobras, em Aldeia. Atividade em grupos reduzidos e em horários diferentes, além de respeitar o distanciamento necessário durante a movimentação. Apesar de a diretoria tricolor não ter feito nenhuma contratação durante esses 90 dias de paralisação do futebol, o técnico Itamar Schulle ganhou duas caras novas nessa reapresentação: o atacante Derlis Alegre (paraguaio anunciado no dia 12 de março e que ainda não tinha se juntado ao elenco) e o centroavante Adriano Napão (cria da base coral e que voltou de empréstimo do sub-20 do Coritiba).

De acordo com a direção tricolor, a princípio, Schulle terá de trabalhar com o plantel que tem em mãos e que rendeu bem no início da temporada. "Temos de ser sensatos nessa hora. Perdemos muita receita (nesse período de pandemia). A gente já vinha fazendo um ano com o elenco enxuto e compondo com atletas da casa. E essa diminuição abrupta de receita nos fez pensar por outra vertente... E a nossa prioridade hoje é honrar os compromissos que temos com o nosso grupo. Temos de priorizar essas pessoas que abraçaram e acreditaram no clube", declarou o presidente do Santa Cruz, Constantino Júnior, em entrevista à Rádio Jornal, deixando claro que a intenção imediata é de quitar os salários atrasados com jogadores e funcionários o mais breve possível - os meses de abril e maio seguem em aberto.

Entretanto, segundo o mandatário coral, isso não quer dizer que a direção não vai estar atenta ao mercado da bola. "Claro que o mercado vai se movimentar de uma maneira que vários jogadores vão estar numa situação de querer vestir a camisa do Santa Cruz. Se for numa condição favorável e não tivermos tanto dispêndio com a negociação, e que seja alguém que chegue para dar qualidade, ótimo! Mas não podemos deixar de priorizar o pagamento do nosso grupo. Nosso principal interesse é de manter o nosso elenco que vinha dando conta do recado. Esse é um ponto fundamental para que, a partir daí, a gente possa pensar em reforços. O nosso maior reforço nesse momento é honrar os compromissos com quem está honrando a nossa camisa dentro e fora de campo", explicou Constantino Júnior.

A negociação envolvendo Victor Rangel segue estagnada. As duas partes já demonstraram interesse em celebrar um novo vínculo e firmar a renovação contratual até o término da Série C, sendo que a pedida feita pelo centroavante ainda estaria fora da realidade financeira do Santa Cruz. Mesmo sem ainda ter encontrado um denominador comum, a direção coral está confiante na permanência do jogador no Arruda para o restante da temporada.

CONTRATO POR UM MÊS

Como ainda é incerta a data de retorno das competições no futebol brasileiro, principalmente as nacionais, o presidente do Santa Cruz julga importante o texto da MP 984 que permite que os clubes possam fazer contratos de um mês com os atletas - antes, pela Lei Pelé, o vínculo mínimo a ser assinado era de três meses - para a conclusão dos campeonatos que foram suspensos e também aqueles que ainda vão começar.

"É importante para os clubes que teriam atividades apenas no primeiro momento do ano, sem calendário no segundo semestre da temporada. Para esses clubes achei benéfico a possibilidade de fazer contrato de apenas 30 dias para terminar o Pernambucano, por exemplo, ao invés de fazer por 90 dias, que era o mínimo exigido pela Lei Pelé. Mas vejo que até mesmo para os clubes que têm calendário o ano inteiro também se beneficia, pois talvez precisem fazer um aditivo de contrato, já que não sabemos quando termina as competições nacionais. Sequer sabemos, verdadeiramente, quando se inicia", avaliou Constantino.

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