COLUNA DO ESTADÃO

Senadores negam participar de comissão sobre assassinato de Dom e Bruno por agenda eleitoral

A comissão externa do Senado criada para supervisionar a apuração do assassinato do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira enfrenta dificuldades na escolha de seus integrantes

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Mariana Carneiro

Publicado em 16/06/2022 às 7:00
Bruno Pereira e Dom Phillips foram mortos no Vale do Javari, no Amazonas - REPRODUÇÃO

A comissão externa do Senado criada para supervisionar a apuração do assassinato do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira enfrenta dificuldades na escolha de seus integrantes. Cinco parlamentares já se recusaram a participar do grupo, cuja composição deveria ter sido definida anteontem, 24h após sua aprovação, como dizia o requerimento de Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Senadores alegaram compromissos eleitorais nas negativas. Convidados, Izalci Lucas (PSDB), pré-candidato ao governo do DF, e Renan Calheiros (MDB-AL), focado na reeleição de Paulo Dantas (MDB) em AL, declinaram, assim como Zenaide Maia (PROS-RN), Paulo Paim (PT-RS) e Soraya Thronicke (União-MS).

 

WO

O grupo de nove senadores tem só oito nomes definidos Randolfe convocou uma reunião informal ontem para discutir detalhes da viagem e tentar resolver o impasse, mas não obteve sucesso. Além da Comissão de Direitos Humanos, as de Constituição e Justiça e de Meio Ambiente fazem três indicações, cada uma.

LEMBREI

A falta de opções fez com que Eliziane Gama (Cidadania-MA) e Fabiano Contarato (PT-ES), dispostos a viajar ao local do crime, aparecessem nas listas de duas comissões.

FOLHINHA

Lula terá na semana que vem reuniões decisivas para fechar as candidaturas de aliados nos Estados onde ainda há divergência. Marcou encontro com o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), que tenta um acordo em troca de oferecer o apoio ao petista no primeiro turno, e também deve conversar com Márcio França (PSB-SP).

SERÁ?

Bolsonaristas classificaram como "ato desesperado" dos caciques do Centrão tentar emplacar Tereza Cristina na vice, vendo que a distância do presidente contra Lula nas pesquisas atualmente é grande e querem agir rápido. Segundo aliados fiéis, porém, o presidente vinha tratando Braga Neto como o escolhido e, por isso, veem a mudança para Tereza como improvável.

RAZÕES

Se por um lado Tereza Cristina oferece a atração do voto feminino, por outro a escolha tem como debilidade acender a paranoia do núcleo bolsonarista, que vê o risco de um vice político tentar "derrubar" o presidente.

MATEMÁTICA

Aliados de Bolsonaro avaliam ainda que Tereza, se convidada, vai colocar em seus cálculos deixar uma eleição certa como senadora por Mato Grosso Sul por uma campanha incerta ao lado de Bolsonaro.

NÃO RI

O deputado Tiririca (PL-SP) perdeu o número com que se elegeu nas últimas eleições. O 2222 agora é de Eduardo Bolsonaro, que migrou para a sigla junto com o pai. "Até agora estou sem aceitar, mas isso não muda nada", reagiu o humorista.

GRÃO

A pré-campanha de Vinicius Poit (Novo) ao governo paulista arrecadou, em uma semana, R$ 102.775 em doações. O candidato abriu mão do fundo eleitoral e criou uma vaquinha para atrair apoiadores.

COM JULIA LINDNER E GUSTAVO CÔRTES

PRONTO, FALEI!

Joênia Wapichana

Deputada federal (Rede-RR)

"O desaparecimento de Dom e Bruno não é caso isolado. Há ausência do Estado naquela região, onde tem garimpo por falta de uma política de proteção eficaz."

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