O avanço do poder do Legislativo sobre o Executivo nos últimos anos não está restrito ao orçamento e também fica explícito na agenda do Congresso Nacional. Em 2016, 3 em cada 10 matérias levadas à votação e aprovadas tinham nascido no Parlamento e 7, no Executivo. No ano passado, esse número se inverteu — quase 7 tiveram origem no Legislativo. Neste ano até agora, a lógica permanece igual: a agenda do Congresso — Senado e Câmara — ditou 68% das votações.
Além disso, houve uma redução no número de Medidas Provisórias propostas: em 2016, elas representavam metade da pauta. No ano passado, essas iniciativas — que têm origem no Executivo — responderam por 30%. Entre 2012 e 2018, antes do governo Bolsonaro, a aprovação das propostas de deputados e senadores não passava de 50%. Já entre 2018 e 2022, a média foi de 60%. Os dados são de um levantamento da Action RelGov, feito a pedido da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE).
Agenda
Senadores do PT querem aproveitar visita de Lula a Brasília, nesta semana, para marcar encontro do petista com Rodrigo Pacheco. Sugeriram fazê-lo em São Paulo, mas Pacheco disse preferir agenda institucional no Congresso. Petistas buscam agenda legislativa para pautar a visita. Se der certo, será a primeira vez que eles se encontram pessoalmente. De olho na reeleição ao comando do Senado, Pacheco quer evitar indisposição com bolsonaristas, daí a solução de uma reunião institucional.
Centro
Nas últimas duas semanas, Rodrigo Garcia (PSDB-SP) concentrou agenda em grandes cidades. Aliados dizem que é para torná-lo conhecido entre os eleitores dos maiores municípios, onde o pleito se define. O plano é aumentar a taxa de conhecimento dele dos atuais 34% para 50% até a convenção que oficializará seu nome.
Interior
Garcia esteve em um município pequeno pela última vez no dia 1º, em Andradina. Desde então, se concentrou na capital. Aliados pedem foco em cidades com mais de 100.000 habitantes. O ônibus em que ele viajou ao interior se apresentando como governador foi para a garagem.
Razão
Pesquisa Quaest/Genial mostrou que ele tem maior conhecimento e melhor avaliação no interior. A ideia é ter essa combinação também em grandes cidades.
RH
Aliados de Tarcísio de Freitas (Republicanos) cobram dele a escolha de um coordenador político para a campanha ao governo de São Paulo. O ex-ministro tem centralizado a função. Com a entrada do PSD na chapa, interlocutores esperam a profissionalização da campanha.
Visão
"Cachorro sem dono morre de fome e estratégia é mais importante do que a força. Tem que ter alguém na coordenação", diz o deputado Capitão Augusto (PL-SP).
Pronto, falei
"O governo, o STF, a Câmara e o Senado, todos os Poderes, precisam se posicionar sobre a violência política crescente e dizer o que farão para evitá-la."
Do cientista político José Álvaro Moisés.