Um memorando assinado pelo Hospital Português, a Universidade de Pernambuco e a startup pernambucana Pickcells vai permitir o uso de uma ferramenta de Inteligência Artificial (IA) para acelerar o processo de diagnóstico da covid-19, a partir da análise de exames comuns de laboratório.
A pesquisa que originou essa ferramenta foi desenvolvida como tese de doutorado na UPE por um dos sócios da empresa, Rodrigo Melo. A inteligência artificial usada pela Pickcells foi treinada para analisar exames bioquímicos comuns e indicar a possibilidade de uma pessoa estar ou não infectada pelo novo coronavírus, antes mesmo da realização do teste chamado padrão ouro, o RT-PCR, que é caro e cujo resultado demora dias para sair.
Mais do que identificar doentes, a ferramenta permite descartar os casos que não são de covid-19, estabelecendo uma triagem mais acurada dos pacientes. "Com o uso dos dados dos exames na ferramenta de IA, podemos indicar que pacientes precisam ter prioridade de testagem para o novo coronavírus", explica o professor Carmelo Bastos Filho, orientador da tese na UPE e integrante do Instituto de Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas (IEEE). Carmelo Bastos acrescenta que o memorando foi assinado no final de agosto pelas entidades. Ele acredita que o procedimento vai acelerar os diagnósticos de novos casos.
O treinamento da IA envolveu uma parceria com o Laboratório Sabin, de Brasília, que cedeu exames anonimizados para que a ferramenta fosse calibrada e aumentasse a assertividade. A Pickcells usa visão computacional e IA para automação e detecção de padrões de doenças em análises clínicas, e na classificação e previsão de anomalias.
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