A empresa multinacional Starbucks decidiu retirar, de forma temporária, os copos reutilizáveis da sua cadeia de cafés em todo o mundo. A medida surge em resposta ao surto do novo coronavírus que se tem disseminado pelo mundo inteiro.
Os clientes utilizam os copos reutilizáveis vão receber um desconto de 25%, mas as bebidas deverão ser servidas em copos de papel, de acordo com a empresa. A decisão foi tomada internamente, sem o aconselhamento das autoridades de saúde.
“Com muita cautela, estamos a fazer uma pausa no uso de canecas ou copos pessoais nas nossas lojas, em todo o Reino Unido”, disse o porta-voz europeu da Starbucks, Robert Lynch. O mesmo acrescentou que a empresa está a introduzir “medidas de limpeza reforçadas” para todas as louças da loja.
Nos Estados Unidos as lojas desta empresa já adotaram medidas semelhantes. A exceção está na China, onde devido à epidemia tiveram de ser fechados mais de 4 mil cafés da cadeia, de modo a apoiar os esforços na contenção do vírus.
Várias empresas ferroviárias também proibiram o uso de copos reutilizáveis, como foi o caso da Great Western Railway e da London Northwestern Railway.
Enquanto a LNR tomou a decisão “para ajudar a evitar possíveis contaminações”, a GWR apenas o fez durante “três ou quatro dias”.
A GWR foi alvo de várias críticas por parte dos seus clientes, referindo que a medida era “absolutamente absurda” e que os próprios comboios constituíam “um ponto de transmissão de germes”.
De acordo com Sally Bloomfield, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, a higiene deve ter “uma maior prioridade” em relação às preocupações ambientais, enquanto se vive uma situação de emergência internacional, provocada pelo Covid-19.
"Nós não sabemos até que ponto [o vírus] é sério, estamos num terreno completamente desconhecido e acho que a prevenção da disseminação, durante as próximas três ou quatro semanas, deve ser uma prioridade”, disse Sally.
Para concluir, Sally referiu que a medida não é de todo “paranóica” e que entregar a alguém um copo reutilizável é o mesmo que apertar a mão. “Se houver algo que possamos fazer neste momento para diminuir a propagação, então devemos fazê-lo”.
O epidemiologista Kalpana Sabapathy discorda de Sally por considerar que a lavagem regular das mãos deveria ser um protocolo que todos os funcionários das empresas que trabalhem com alimentos deveriam seguir.