A pandemia do novo coronavírus tem provocado uma revisitação a outros momentos semelhantes vividos pela humanidade, como a pandemia da peste bubônica, na Eurásia, entre 1347 e 1351, relembrou o jornal O Globo. Em 2020, com tecnologia avançada, especialmente se comparada ao século XIV, ainda é difícil ter números exatos de infectados e vítimas da covid-19. Em 1348 a missão era impossível.
Mesmo sem conseguir mensurar em números exatos o impacto da peste bubônica, as consequências da doença causada pela Yersinia pestis, uma bactéria zoonótica geralmente encontrada em mamíferos de pequeno porte e em suas moscas são notáveis. Na economia, nas relações sociais e também na arte.
Com uma alta taxa de mortalidade, que varia entre 30% e 60%, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a peste bubônica dizimou entre 75 e 200 milhões de pessoas ao longo de quatro anos, período que antecedeu e sucedeu o pico da pandemia. Os dados são baseados em registros como imagens, censos, documentos administrativos e crônicas, além de evidências genéticas.
"Painting in Florence and Siena after the Black Death", "Pintando em Florença e Siena após a Peste Negra" em tradução livre, um estudo histórico-artístico sobre a peste negra, publicado pelo americano Millard Meiss, em 1951, é o grande clássico no campo dos estudos histórico-artísticos sobre a doença.
Nele, o autor tem como tese central que a inventividade revolucionária de Giotto, pintor e arquiteto italiano, morto em 1337, anos antes do início da peste, e de outros nomes ativos no início do século, seria seguida por retrocesso e retorno ao conservadorismo religioso, além de uma atmosfera de medo, pessimismo e culpa.
A região da Toscana, na Itália, havia desfrutado de uma enorme prosperidade nas primeiras décadas do século XIV. Uma das consequências disso foi a conversão de membros de oligarquias capitalistas que governavam Florença e Siena em principais mecenas da arte religiosa da região e estimulavam artistas que representavam cenas religiosas, como Giotto ou os irmãos Lorenzetti. A partir da crise pandêmica da peste negra, o sistema financeiro e comercial toscano colapsou, instaurando uma profunda recessão econômica.
Meiss estima que a população de Siena tenha caído de 42 mil para 15 mil pessoas, enquanto em Florença o número tenha reduzido de 90 mil para 45 mil. Entre os mortos, muitos pintores, escultores e arquitetos renomados. Enquanto aprendizes assumiam os postos, o público também mudava. Ordens religiosas, imigrantes e novos ricos que prosperaram na crise se tornaram os grandes consumidores da arte doutrinariamente ortodoxa.
Trazendo o olhar de Meiss e fazendo um paralelo ao momento vivido pelo mundo neste século e no século XIV, a tese do americano permanece sólida.
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Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.
A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:
Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.