Supremo tribunal da Venezuela suspende diretoria do partido de Guaidó

Já em 15 e 16 de junho, a corte tomou medidas semelhantes contra outros dois grandes partidos da oposição
AFP
Publicado em 07/07/2020 às 17:18
Onze partidos da oposição anunciaram em um comunicado o boicote às próximas eleições parlamentares Foto: Foto: Reprodução/ Facebook Juan Guaido M


O tribunal máximo da Venezuela, de linha governista, suspendeu nesta terça-feira (7) a diretoria do partido político de Juan Guaidó, Vontade Popular, e entregou seu controle a um rival, uma decisão classificada de "irritante" pelo gabinete do líder opositor.

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Uma decisão da Câmara Constitucional do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) "decretou uma medida cautelar de tutela constitucional que consiste em suspender a atual Direção Nacional da organização para fins políticos Vontade Popular", indica um comunicado do alto tribunal, que nomeou uma "junta diretora ad hoc" liderada pelo deputado José Gregorio Noriega, adversário de Guaidó, chefe parlamentar reconhecido como presidente encarregado da Venezuela por meia centena de países.

Já em 15 e 16 de junho, o TSJ tomou medidas semelhantes contra outros dois grandes partidos da oposição, a Ação Democrática (social-democrata) e o Primeiro Justiça (centro). Isto a caminho das eleições de 6 de dezembro para renovar o Parlamento - único poder controlado pela oposição na Venezuela -, contra as quais os principais partidos opositores do governo Maduro anunciaram um boicote.

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Classificando o TSJ como "braço judicial da ditadura de Maduro", o gabinete de Guaidó rejeitou no Twitter "uma decisão frustrante" e acusou o chavismo de tentar "se apoderar do cartão, logos e símbolos do Voluntad Popular" para "simular uma falsa oposição para sua próxima armadilha eleitoral".

A diretiva ad hoc, de acordo com a decisão judicial, "poderá usar o cartão eleitoral, o logotipo, símbolos, emblemas, cores e qualquer outro conceito típico do Vontade Popular", fundado pelo líder opositor Leopoldo López, mentor de Guaidó.

Guaidó reivindicou a presidência interina da Venezuela em janeiro de 2019 com o apoio dos Estados Unidos, depois que a maioria da câmera da oposição declarou Maduro "usurpador" acusando-o de ter sido reeleito fraudulentamente.

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