Casa Branca critica oposição por falta de acordo sobre novo pacote de ajuda

O chefe de gabinete da Casa Branca reclamou que o que tem visto é a "política normal dos democratas na Câmara"
Estadão Conteúdo
Publicado em 31/07/2020 às 16:57
O chefe de gabinete da Casa Branca Mark Meadows criticou a atual política da Câmara Foto: Foto: Reprodução/Google Maps


A entrevista coletiva da Casa Branca desta sexta-feira foi marcada por críticas do governo do presidente Donald Trump à oposição democrata, culpando-a pelo fracasso até agora nas negociações por um novo pacote de ajuda econômica. "O que temos visto é a política normal dos democratas na Câmara", criticou o chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows.
Segundo ele, os democratas acreditam que têm "todas as cartas na mão" e desejam usá-las "às custas daqueles que estão sofrendo". Ele comentou que a situação republicana já elaborou quatro propostas para o novo pacote de ajuda, todas rejeitadas pela oposição, afirmando ainda que eles não apresentaram contrapropostas, mas que o diálogo com o Legislativo continua.
Meadows deu a declaração no início da coletiva, mas não ficou para responder perguntas dos jornalistas, passando a tarefa para a porta-voz da Casa Branca, Kayleigh McEnany. Segundo ela, as duas prioridades do presidente agora são o auxílio-desemprego e evitar despejos, no contexto da pandemia da covid-19. McEnany disse que o Partido Democrata deveria apoiar a extensão por uma semana do auxílio-desemprego emergencial atual, a fim de permitir mais alguns dias de negociações do novo pacote. "Os democratas não têm sido sérios", considerou.
A Casa Branca diz que os democratas mudaram propostas anteriores, elevando valores para níveis que o governo Trump considera excessivos. "Democratas ofereceram pacote de US$ 3 trilhões, temos proposta mais específica", disse a porta-voz. Nesta semana, integrantes do governo falavam em um novo pacote de cerca de US$ 1 trilhão.
McEnany voltou a defender a estratégia do governo americano contra a covid-19, destacando avanços na busca por terapias contra a doença e também o fato de que os EUA são o país com mais testes em número absoluto, quase 60 milhões. Sobre o uso de máscaras, comentou que é um "ato patriótico, especialmente se não for possível fazer a distância social".
A porta-voz ainda foi questionada sobre declaração da quinta-feira de Trump pelo Twitter que levantava a possibilidade de adiamento de eleição presidencial. Ela garantiu que Trump deseja disputar a eleição na data prevista, 3 de novembro, e que cabe a cada Estado a organização da disputa. Para Trump, o voto pelo correio, uma opção diante da pandemia, abriria margem para fraudes.
Durante a coletiva, houve ainda uma questão sobre o fato de que o governo local de Hong Kong adiou uma eleição legislativa por um ano, citando riscos de mais casos da covid-19. A porta-voz disse que a decisão "mina os processos e liberdades democráticas". Os EUA têm criticado a China por impor uma nova lei de segurança que, segundo Washington, acaba com o modelo de "Um país, dois sistemas" entre a China e Hong Kong e viola acordos internacionais. Hong Kong tem sido um dos motivos para as tensões bilaterais recentes entre as duas potências.
 
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