O fundador da ByteDance, empresa matriz da rede social TikTok, ameaçada de ser proibida de funcionar nos Estados Unidos, disse nesta segunda-feira (3) que suas equipes estão trabalhando duro para conseguir "o melhor resultado possível" nesta crise - de acordo com o jornal oficial chinês "Beijing Daily".
"A TikTok pode se ver obrigada a vender suas atividades americanas", e "os produtos TikTok poderão ser bloqueados", afirmou Zhang Yiming, em um e-mail enviado a seus funcionários, ao qual o "Beijing Daily" teve acesso.
Suas declarações surgem em meio às discussões entre o grupo, com sede em Pequim, e a Microsoft, para que este gigante compre a filial americana da plataforma de vídeo.
A rede TikTok é muito usada por pessoas com idades entre 15 e 25 anos, e conta com cerca de 1 bilhão de usuários no mundo todo. Permite criar, compartilhar e visualizar clipes, em geral musicais, inusitados, ou humorísticos.
No contexto de tensões sino-americanas, Washington acusa a plataforma, há meses, de ser utilizada por Pequim para vigilância. Até hoje, porém, não apresentou provas dessa acusação.
A empresa sempre rejeitou, categoricamente, que compartilhe dados dos usuários com o governo chinês.
"Enfrentamos uma pressão externa crescente em certos mercados. Nestas últimas semanas, as equipes envolvidas na resposta (para esta crise) se revezam dia e noite e trabalham horas extras. Isso para conseguir o melhor resultado possível", continuou.
No domingo, a Microsoft confirmou que ainda há negociações em curso para comprar o braço americano da TikTok da ByteDance. O gigante de informática de Seattle espera que as negociações terminem em 15 de setembro.
Há dias, Donald Trump e seus assessores ameaçam o aplicativo. Na sexta-feira, o presidente americano afirmou que quer proibir o TikTok e até se manifestou contrário a sua compra pela Microsoft.
Nesta segunda-feira, Trump disse que o aplicativo estará "fora de operação" nos Estados Unidos, se não for vendido a uma empresa americana até 15 de setembro.