O governo da Espanha anunciou que mobilizará 2.000 militares para rastrear novos casos de coronavírus no país, diante da "preocupante" evolução da pandemia, que também avança em outros países europeus.
O coronavírus obrigou milhões de estudantes na Coreia do Sul a retornarem às aulas virtuais nesta terça-feira (25), após o aumento de casos no país, um dia depois do início do ano letivo para 30 milhões de alunos mexicanos com aulas pela televisão.
>> Outros dois casos de reinfecção por coronavírus são registrados, segundo imprensa holandesa
>> Espanha supera os 400.000 casos diagnosticados de coronavírus
Vários países da Europa registram uma aceleração de casos com o retorno das férias de verão. Uma das situações mais complicadas é a da Espanha, onde os contágios confirmados se aproximaram de 20.000 entre sexta e segunda-feira.
O cenário é crítico na região de Madri, com 13.400 novos infectados em uma semana. Os moradores receberam a recomendação para sair o mínimo possível às ruas nas zonas mais afetadas.
Nesta terça-feira, o primeiro-ministro Pedro Sánchez anunciou que 2.000 militares serão mobilizados para rastrear os casos de coronavírus na Espanha, porque a evolução da pandemia é "preocupante".
"Estamos longe da situação de meados de março. Não deve existir um medo que nos paralise e nos impeça de agir", declarou o chefe de Governo.
Até o momento, a Espanha registra quase 29.000 mortes por coronavírus, de acordo com o balanço oficial.
"Mas não podemos permitir que a pandemia volte a dominar nossas vidas (...) não vamos permitir, temos que assumir o controle, achatar esta segunda curva (...) e quanto antes e com maior eficácia, melhor", completou.
Sánchez anunciou que o governo colocará os militares à disposição das 17 regiões do país, que têm competência em questões de saúde, "para os trabalhos de rastreamento".
"Todas as comunidades têm à sua disposição a ferramenta legal do estado de alerta e a possibilidade de solicitar sua aplicação em todo, ou em parte de seu território", completou.
Na França, os contágios aumentaram de maneira considerável na região de Paris e no sudeste do país. Isto levou a Alemanha a incluir estas duas áreas francesas entre as zonas de risco que seus cidadãos devem evitar.
Considerada um país modelo por sua gestão da pandemia de COVID-19 na Europa, a Alemanha também registra uma alta importante de casos.
Em todo mundo, a pandemia provocou mais de 810.000 mortes e quase 24 milhões de contágios, conforme balanço da AFP elaborado com base em dados oficiais.
Com quase 260.000 vítimas fatais e mais de 6,7 milhões de contágios, a América Latina é a região mais afetada pela pandemia.
O Peru superou 600.000 casos e se aproxima de 28.000 mortes provocadas pela COVID-19.
O país é o terceiro da América Latina em número de mortes, atrás do Brasil e do México. Em termos proporcionais, porém, é o mais afetado do continente, com 839 vítimas fatais para cada milhão de habitantes.
O Paraguai adotou restrições em sua capital, Assunção, que incluem toque de recolher e uso obrigatório de máscara, após o aumento de casos.
O diretor para a região do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Luis Felipe López-Calva, afirmou que, apesar do dano econômico e social, a pandemia também pode representar uma oportunidade.
"Temos que trabalhar com os governos para evitar que a pandemia também tenha um efeito destrutivo sobre as instituições e, pelo contrário, tomá-la como uma oportunidade para reconstruir a confiança entre cidadãos e governos, para reconstruir instituições eficazes para uma normalidade que não seja apenas nova, mas melhor", disse.
Os estudantes continuam pagando um preço elevado com a pandemia. As autoridades sul-coreanas anunciaram nesta terça-feira que as aulas das escolas de Seul e de outras regiões próximas da capital devem acontecer de modo virtual, a partir de quarta-feira e até 11 de setembro.
Apenas os alunos do Ensino Médio que deverão fazer as provas de acesso às universidades no início de dezembro poderão continuar com as aulas presenciais.
Até o início do mês, a Coreia do Sul conseguiu controlar a epidemia, graças a uma estratégia de exames de diagnóstico em larga escala e ao rastreamento dos contatos das pessoas infectadas.
Nas últimas semanas, porém, o país vem enfrentando uma aceleração da epidemia, após a detecção de vários focos de contaminação.
No México, 30 milhões de alunos com idades entre 4 e 18 anos prosseguirão com o ensino a distância.
O país de 128,8 milhões de habitantes registra mais de 60.480 mortes por COVID-19 e é o terceiro do planeta com mais vítimas fatais, atrás dos Estados Unidos e do Brasil.