Europeus retornam às aulas após seis meses caóticos pelo coronavírus

Franceses, belgas e britânicos retomam as atividades presenciais em setembro. Alemães, norte-irlandeses e escoceses retornaram às aulas em agosto
AFP
Publicado em 01/09/2020 às 8:29
Alunos do ensino médio não serão mais obrigados a usarem máscaras nas escolas de Pernambuco Foto: DAMIEN MEYER/AFP


Depois de seis meses de estudos interrompidos ou consideravelmente prejudicados, milhões de alunos na França, Bélgica e Grã-Bretanha voltaram nesta terça-feira (1) às escolas, adaptadas para evitar a propagação da covid-19.

Franceses, belgas e britânicos retomam as atividades presenciais em setembro. Alemães, norte-irlandeses e escoceses retornaram às aulas em agosto.

A situação representa um desafio para as autoridades. As crianças que retornaram às escolas não encontraram os centros de ensino de "antes", devido às medidas sanitárias excepcionais que envolvem a retomada das aulas presenciais.

Entre as medidas estão o número reduzido de alunos por turma - como na Grécia ou na Bósnia -, tempo de aula menor, o uso obrigatório de máscara a partir de 11-12 anos ou ainda mais jovens na Grécia. As autoridades querem evitar a qualquer custo que as escolas se transformem em focos de propagação da covid-19.

Na França, 12,4 milhões de alunos de todos os níveis retornam nesta terça-feira às aulas e devem respeitar as determinações das autoridades de saúde, como a máscara obrigatória para os professores e estudantes a partir de 11 anos, inclusive do lado de fora dos colégios.

O ministro francês da Educação, Jean-Michel Blanquer, considera que o novo protocolo sanitário é "simples e claro", mas alguns professores lamentam o que consideram "pontos de interrogação, como a organização nos refeitórios ou nas áreas de recreio.

Em alguns países os recreios serão organizados por turnos para evitar aglomeração. Este é o caso da Grécia, onde o retorno às aulas previsto para 7 de setembro ainda pode ser atrasado em uma semana.

No Reino Unido, os pais de alunos receberam a recomendação para não permanecer por muito tempo nos estabelecimentos. Em Londres, a empresa de transportes disponibilizou ônibus especiais para transportar os alunos.

Os professores também estão preocupados com o retorno às escolas de crianças que ficaram totalmente desconectadas dos estudos durante o confinamento.

Na França e na Bélgica, após dois meses de confinamento, entre março e abril, apenas alguns níveis considerados prioritários foram autorizados a retornar às aulas antes das férias de verão.

A Bélgica confirmou o retorno das aulas para 1 de setembro depois que a primeira-ministra Sophie Wilmès afirmou que é "fundamental que as crianças possam retomar uma vida escolar normal ou tão normal quanto possível".

Uma opinião compartilhada pelo governo britânico, que considera os benefícios do retorno às aulas (esta semana na Inglaterra e em Gales) mais importantes que os potenciais riscos.

A Bélgica, de 11,5 milhões de habitantes, tem um dos níveis mais elevados de mortalidade de covid-19 no mundo em relação a sua população, atrás apenas do Peru.

O país prevê medidas estritas para evitar os eventuais contágios, como a obrigação de limitar a cinco pessoas fora de casa os "contatos sociais próximos" (possíveis a menos de 1,50 metro sem máscara) até 1 de outubro.

Na Espanha, onde a volta às aulas acontecerá de maneira gradual de 4 a 15 de setembro, dependendo das regiões, o uso de máscara será obrigatório para alunos com mais de seis anos, o tempo todo.

Em Wuhan, a cidade do centro da China onde surgiu o novo coronavírus no fim de 2019, alunos de máscara retornaram nesta terça-feira às aulas.

Quase 1,4 milhão de estudantes retornaram às aulas em cerca de 2.800 jardins de infância e escolas dos ensinos básico e fundamental. Os colégios do ensino médio retomaram as atividades em maio.

A imprensa estatal exibiu imagens de estudantes com bandeiras chinesas - o que é parte da rotina nos colégios públicos -, apesar das advertências para evitar aglomerações.

De acordo com dados oficiais, Wuhan concentrou 80% das mais de 4.600 mortes provocadas pelo novo coronavírus na China. A cidade permaneceu confinada e fechada durante mais de dois meses, a partir do fim de janeiro.

TAGS
Europa educação pandemia vírus saúde
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory