TECNOLOGIA

Facebook vai remover publicações e páginas negacionistas do Holocausto

Pesquisa realizada nos Estados Unidos constatou que 63% dos entrevistados não sabiam que seis milhões de judeus foram mortos na Segunda Guerra Mundial; 15% dos entrevistados revelaram que acham o Holocausto um mito ou um exagero

JC
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Publicado em 14/10/2020 às 12:01 | Atualizado em 14/10/2020 às 12:02
Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Usuários do Facebook têm reclamado de instabilidade na rede social desde o início da tarde desta segunda-feira (4) - FOTO: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Publicações que contenham distorções sobre o Holocausto, maior genocídio do século XX, ou alegações de que ele nunca aconteceu serão removidas pelo Facebook. A medida foi anunciada na última segunda-feira (12), e faz parte de uma mudança nos padrões da comunidade como forma de barrar o antissemitismo na rede social frente ao aumento de comportamentos hostis e violentos nos meios virtuais ao redor do mundo. 

"Nossa decisão é apoiada pelo aumento bem documentado do antissemitismo globalmente e o nível alarmante de ignorância sobre o Holocausto, especialmente entre os jovens", disse comunicado assinado por Monika Bickert, vice-presidente de políticas de conteúdo no Facebook.

A pesquisa mencionada trata-se de um estudo recente realizado com dez mil pessoas de 18 a 39 anos, nos Estados Unidos. Cerca de 63% dos entrevistados para o projeto afirmaram não saber que seis milhões de judeus foram mortos durante a Segunda Guerra Mundial. Outros 15% afirmaram ter ciência do Holocausto, mas acreditam que o acontecimento é um mito ou um exagero. Além disso, cerca de 30% dos entrevistados contaram já terem visto símbolos nazistas ao navegarem por suas redes sociais. 

Uma investigação realizada neste ano, constatou também que os resultados da pesquisa do Facebook apontavam sugestões de páginas ou perfis negacionistas do Holocausto. Diversos links com recomendações de editoras que comercializam livros revisionistas sobre a história da Segunda Guerra Mundial também foram encontrados. O Facebook foi então pressionado a cortar a publicidade destes anunciantes. 

De acordo com o CEO da marca, Mark Zuckerberg, que em 2018 afirmou que o Facebook não deveria interferir no conteúdo que os internautas publicavam, sua opinião pessoal evoluiu, e hoje ele acredita ser necessário traçar determinados limites para conter o aumento da violência antissemita. 

"Minha própria opinião evoluiu quando vi dados que mostram um aumento na violência antissemita... traçar o limite certo entre o que é ou não um discurso aceitável não é algo simples, mas com o estado atual do mundo, acredito que esse é o equilíbrio certo", explicou Zuckerberg. 

Além da remoção das páginas com conteúdo antissemita, a rede social irá dispor de links confiáveis com explicações didáticas a respeito do Holocausto, caso alguém pesquise por termos associados na plataforma. A aplicação desta nova estrutura, no entanto, não tem uma previsão específica para acontecer. De acordo com comunicado da empresa, é necessário o treinamento de seus revisores e sistemas até a implementação da nova política. 


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