Empresas articulam necessidade de "passaporte de vacina" para realizar viagens e passeios em 2021

Diversas empresas de tecnologia já começaram a desenvolver aplicativos que detalhem o histórico de uma pessoa com a covid, mostrando os testes já feitos e até mesmo se ela foi imunizada ou não contra a doença
JC
Publicado em 28/12/2020 às 9:58
Aeroporto Internacional do Recife Foto: BOBBY FABISAK/JC IMAGEM


A pandemia do novo coronavírus trouxe diversas mudanças em todo o mundo, e mesmo com a imunização da população, que já começou em alguns países, determinadas atividades ainda devem demorar a voltar à normalidade. Isso porque as pessoas podem precisar, por exemplo, de um "passaporte de vacina", para realizar viagens no "pós" pandemia. Pensando nisto, diversas empresas de tecnologia já começaram a desenvolver aplicativos que detalhem o histórico de uma pessoa com a covid, mostrando os testes já feitos e até mesmo se ela foi imunizada ou não contra a doença.

Tais sistemas podem ser capazes de gerar uma espécie de credencial digital para ser apresentada sempre que alguém quiser frequentar determinado espaço, como shows, cinemas, estádios e aeroportos.  

A Common Trust Network, iniciativa da organização The Commons Project e do Fórum Econômico Mundial, fez parceria com diversas companhias aéreas e sistemas de saúde nos Estados Unidos para a realização de um projeto neste sentido: o aplicativo Common Pass. Com a plataforma, os usuários podem carregar dados médicos, tais como comprovante de vacinação e histórico de testagens, além de um atestado de saúde ou em formato de QR Code. 

“A pessoa pode ser testada toda vez que cruzar uma fronteira, só não pode ser vacinada toda vez que entrar num país”, explicou o diretor de marketing e comunicação do The Commons Project, Thomas Crampton, em entrevista ao canal CNN. 

Além do The Common Project, outras grandes empresas de tecnologia estão arregaçando as mangas e pensando em iniciativas do gênero. A International Business Machines Corporation (IBM), por exemplo, criou o app Digital Health Pass. A plataforma, que pode ser utilizada por empresas e demais espaços, apresenta indicadores necessários para entrada das pessoas nos estabelecimentos. Teste de coronavírus, checagem de temperatura e registro de vacinação podem ser requisitados. 

Este tipo de iniciativa, no entanto, pode se chocar com diversos desafios. Questões de privacidade, implementação desarticulada, além do cálculo da eficácia variada de diferentes vacinas são exemplos disso. 

Para ultrapassar essas barreiras, a Linux Foundation fez uma parceria com a Covid-19 Credentials Initiative, um coletivo de organizações de cinco continentes, para o desenvolvimento de padrão universal para tais aplicativos. 

“Se tivermos sucesso, as pessoas poderão dizer: ‘Tenho um certificado de vacina no meu telefone que ganhei quando fui vacinado em tal país. Ele envolve todo um conjunto de práticas próprias de gestão de saúde, que por sua vez permitiram que eu pegasse um avião para um país totalmente diferente e nesse novo país usasse a credencial para assistir a um show, cuja participação era limitada àqueles que demonstraram ter tomado a vacina’”, disse Brian Behlendorf, diretor executivo da Linux Foundation.

Além disso, algumas empresas participantes da Covid-19 Credentials Initiative também estão pensando em iniciativas que englobem pessoas que não tem acesso a um smartphone, como um cartão inteligente que atuará como uma espécie de certificado de vacina físico (e online). 

“Para nós, trata-se de como essa credencial digital pode ser armazenada e apresentada, não apenas por meio de smartphones, mas também de outras formas por pessoas que não têm acesso à internet estável e ou não têm smartphones”, afirmou Lucy Yang, co-líder da Covid-19 Credentials Initiative. “Estamos investigando isso e há empresas que estão fazendo um trabalho promissor”, completou. 


 

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