CORONAVÍRUS

Pandemia de covid-19 ganha força e campanhas de vacinação se aceleram

Muitos países registram recordes de infecções e mortes nesse momento. O Brasil é o segundo país mais atingido pela covid-19, atrás dos Estados Unidos

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AFP

Publicado em 09/01/2021 às 18:06 | Atualizado em 09/01/2021 às 18:06
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A pandemia de covid-19 está ganhando força em praticamente todo o mundo e na sexta-feira (8) voltou a bater recorde diário de infecções nos Estados Unidos, onde, como em outros países, a campanha de vacinação se acelera.

Os Estados Unidos registraram mais de 290.000 infecções em 24 horas na sexta, de acordo com a Universidade Johns Hopkins, um dia depois de o país registrar um recorde diário de quase 4.000 mortes por covid-19.

"As vacinas nos dão esperança, mas sua distribuição tem sido uma farsa", declarou o presidente eleito, Joe Biden, a repórteres.

A distribuição das vacinas será "o maior desafio operacional que enfrentaremos como nação", assegurou o presidente eleito que substituirá Donald Trump em 20 de janeiro.

Os Estados Unidos são o país do mundo mais atingido pela pandemia, com mais de 368.000 mortes e quase 22 milhões de infectados.

Em Los Angeles, por exemplo, uma das áreas mais afetadas, uma pessoa morre de coronavírus a cada 15 minutos agora.

A pandemia já deixou mais de 1,9 milhão de mortes e cerca de 88,8 milhões de infectados em todo o mundo desde seu aparecimento na China no final de 2019, de acordo com um balanço da AFP estabelecido com dados oficiais neste sábado (9).

Na Ásia, a situação também preocupa. As autoridades chinesas aumentaram as restrições de movimento em duas cidades próximas a Pequim para erradicar um foco de infecção.

Essas restrições, que afetarão cerca de 18 milhões de pessoas em Shijiazhuang e Xingtai por uma semana, vêm antes do Ano Novo Chinês, que será celebrado em fevereiro, quando milhões de pessoas viajam para visitar familiares e amigos, o que faz temer um aumento das infecções.

A China informou neste sábado que já administrou nove milhões de doses de sua vacina contra a covid-19. 

Na Austrália, a terceira cidade do país, Brisbane, começou hoje seu primeiro dia de confinamento, decretado pelas autoridades após a descoberta de um primeiro caso da variante britânica da covid-19. Apenas algumas pessoas com máscaras eram vistas nas ruas da cidade.

Preocupação com novas cepas 

Duas novas variantes do coronavírus, que apareceram no Reino Unido e na África do Sul, estão causando preocupação mundial por serem muito mais contagiosas.

A variante britânica já foi detectada em pelo menos oito estados dos Estados Unidos, onde foram registrados 63 casos dessa nova cepa, indicou o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

O laboratório alemão BioNTech, no entanto, afirmou na sexta que a vacina que desenvolveu com a gigante americana Pfizer é eficaz contra uma "mutação-chave" nessas novas cepas.

Apesar de meses de confinamento e medidas restritivas em todo o mundo, muitos países registram recordes de infecções e mortes nesse momento. Entre eles o Reino Unido, que anunciou 1.325 mortes e 68.053 casos em 24 horas na sexta-feira, o maior balanço desde o início da pandemia.

Em Londres, os hospitais correm o risco de superlotação e "a disseminação do vírus está fora de controle", disse seu prefeito, Sadiq Khan.

Os números vindos da América Latina e do Caribe também são preocupantes. A região ultrapassa 526.000 mortes e 16,3 milhões de infecções.

O Brasil é o segundo país mais atingido pela covid-19 - atrás dos Estados Unidos -, com mais de 201.000 mortes. A Anvisa anunciou que recebeu formalmente na sexta o pedido de autorização para uso emergencial da vacina chinesa CoronaVac e a da AstraZeneca/Oxford.

Na América Latina, a vacinação começou no México, Costa Rica, Chile e Argentina.

O México registrou recorde de infecções pelo segundo dia consecutivo (14.362), e a capital, uma das regiões mais afetadas, prolongou o estado de alerta sanitário para o vírus e anunciou que manterá as atividades não essenciais suspensas.

A Argentina decidiu restringir as atividades noturnas e a movimentação de pessoas, diante do aceleramento das infecções. Desde março, o país registrou mais de 44.000 mortes.

No Peru, também foi relatado um primeiro caso da nova cepa britânica e na Bolívia o governo anunciou que as aulas começarão de forma virtual em todo o país no dia 1º de fevereiro devido a uma onda de infecções que impede os cursos presenciais.

Chamados da OMS

 À medida que a corrida para imunizar as populações contra o coronavírus se acelera, a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu aos países ricos que parem de assinar "acordos bilaterais" com laboratórios que produzem as vacinas.

"50% dos países de alta renda estão vacinando agora", disse Bruce Aylward, conselheiro da OMS. "0% dos países de baixa renda estão vacinando. Não é justo".

Essas declarações vêm no momento em que a União Europeia (UE) concluiu um acordo com a Pfizer/BioNTech para dobrar seu contrato de pré-compra, de 300 milhões para 600 milhões de doses.

Neste momento, com as compras confirmadas, a UE pode vacinar 380 milhões de cidadãos, ou seja, 80% da sua população, segundo estimativas de Bruxelas.

O Irã anunciou, por sua vez, que não confia em nenhuma das vacinas fabricadas pelos Estados Unidos (Pfizer/BioNTech, Moderna) e pelo Reino Unido (Astrazeneca/Oxford) e proibiu diretamente sua entrada no país.

"Não podemos confiar neles. Não é impossível que eles queiram contaminar outras nações", disse o guia supremo, aiatolá Ali Khamenei.

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