De EUA a Rússia, países recebem turistas para vacinação da covid-19; veja como funciona
Alguns estados americanos já anunciaram a liberação para vacinar não residentes
O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, disse nesta terça-feira (11) que a cidade está pronta para vacinar turistas. Ele prometeu a vacinação contra covid-19 de visitantes na última sexta-feira (7), mas precisava da autorização do governo estadual para isso, o que, segundo ele, já aconteceu. Questionado sobre o assunto por repórter da GloboNews em Nova York, o prefeito se solidarizou com a situação da pandemia no Brasil e disse que quer ajudar "todas as pessoas" que estão na cidade, ainda que apenas como viajantes.
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"Queremos que todos estejam seguros e obviamente meu coração está com o povo do Brasil. Houve tanta dor, tanta dificuldade", disse. "Mesmo alguém que está temporariamente conosco, queremos ajudar. Então, estou animado para dizer que a vacinação para turistas está pronta para ir em frente", afirmou De Blasio.
A ideia da prefeitura de NY é instalar vans na Times Square e em pontos turísticos da cidade e vacinar turistas com o imunizante da Johnson & Johnson, que é de dose única. "O Estado já aprovou. Então isso é algo que já estamos fazendo. Estamos criando oportunidades de vacinação móvel para turistas em algumas partes da cidade de Nova York, nos lugares que os turistas adoram ir. Faz parte das boas-vindas de volta à cidade de Nova York", disse De Blasio.
Viajantes que estão no Brasil, no entanto, continuam proibidos de entrar nos EUA. Desde maio de 2020, o governo americano proíbe a entrada de passageiros que estiveram no País nos 14 dias que antecedem a chegada aos EUA. A restrição foi estabelecida pelo então presidente dos EUA Donald Trump e mantida pelo presidente Joe Biden, diante do alto número de casos de covid-19 no Brasil.
China, Irã, Reino Unido, Irlanda, 26 países europeus, África do Sul e Índia estão na mesma situação do Brasil. Os americanos tentam negociar com europeus e britânicos a possibilidade de aceitar viajantes destes países que já estejam vacinados.
Muitos brasileiros ou europeus que querem entrar nos EUA, no entanto, encontram como saída a quarentena em um terceiro país. Viajantes brasileiros e europeus ficam por 14 dias em um terceiro local, como o México, e após esse período conseguem entrar nos Estados Unidos, desde que tenham visto válido e cumpram outros requisitos determinados pelas autoridades de saúde locais - como a apresentação de um teste de covid-19 com resultado negativo.
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Os estrangeiros que buscam vacina contra a covid-19 afirmam que o processo é sem burocracia. "Foi tudo muito simples. Bastava mostrarmos nosso passaporte e eles nos vacinaram sem nem precisar sair do carro no Hard Rock Stadium de Miami", afirmou uma venezuelana que não quis se identificar à BBC News Mundo.
De acordo com o jornal Estado de S. Paulo, o Departamento de Saúde da Flórida informou que aproximadamente 52 mil pessoas "fora da região" (moradores de outros estados ou estrangeiros) foram imunizados.
Em Boston, no Massachusetts, receber a vacina também não é complicado.
"Eu me registrei na página do Departamento de Saúde de Massachusetts e alguns dias depois eles me deram a vacina sem pedir nenhum documento", afirmou outra venezuelana, que recebeu a vacina da Pfizer.
"Meu marido insistiu que eu viesse tomar. Realmente, é uma questão de vida ou morte e não sei quando as vacinas chegarão ao meu país ou se vão administrar os imunizantes bem na Venezuela. E aqui foi tão fácil", completou.
A partir de 1º de junho, o Alasca anunciou que todos os visitantes poderão receber a vacina logo na chegada, nos aeroportos. Também é possível receber a vacina no Arizona, Louisiana, Texas, Califórnia e Nevada. No entanto, a política nesses locais são diferentes.
No país vizinho aos Estados Unidos, a Associação Mexicana de Agências de Viagens afirmou que cerca de 500 empresas oferecem pacotes para os EUA que incluem voo, recepção no aeroporto, acomodação e traslado para algum centro de vacinação. Os pacotes custam aproximadamente 20 mil pesos (cerca de R$ 5 mil).
A Rússia também vacina estrangeiros. Algumas agências já oferecem pacotes de viagens que incluem a imunização com as duas doses Sputnik V e passeios por Moscou e São Petersburgo. Um dos pacotes oferece a vacinação no primeiro e último dia, com duração de 23 dias, por R$ 18 mil. Também tem a opção de realizar duas viagens curtas com duração de 4 dias cada, espaçadas por 20 dias, custando R$ 11 mil.